terça-feira, 1 de novembro de 2011

17.23. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.

3. UM DESÍGNIO ESCRITURÍSTICO.
Por que foi Cristo batizado? Para mostrar em toda a sua plenitude a justiça de Deus. Assim com todo batismo. Há um desígnio e esse desígnio é patentear um certo todo de verdade que não é só a propriedade do crente senão a propriedade também do todo em que o crente se batiza. Não sei de um melhor modo para demonstrá-lo do que citar a definição dada por J. R. Graves:
“O batismo cristão é um ato específico a ser administrado por um corpo específico a pessoas professando qualificações específicas para a profissão de verdades específicas”.
Agora, quais são as verdades específicas que o batismo estabelece? A resposta a esta pergunta leva-nos de volta ao período post-apostólico aí pelo segundo século A. D. Nesse período e por séculos adiante os catecúmenos, aqueles em instrução para o batismo, eram intimados a repetirem o credo da igreja e então se fazia invariavelmente a pergunta: “Quereis ser batizado nesta fé?” Destarte o batismo era não tanto para exibir a fé do crente como para mostrar as doutrinas, crenças e práticas da corporação executante do batismo. Mesmo hoje os episcopais retém este costume. A toda a criança respingada por eles faz-se a pergunta: “Credes em todos os artigos da fé cristã como estão contidos no credo apostólico?” O padrinho responde: “Creio”. Então a pergunta: “Quereis ser batizado nesta fé?” O padrinho responde: “Isso é o meu desejo”.
O sujeito do batismo, portanto, não professa tanto sua fé particular como a da denominação que o batiza. “Quais são as verdades específicas que o batismo estabelece?” A resposta depende da corporação batizante.
Quando os católicos romanos batizam, conforme com o Concílio de Trento, é para lavarem o pecado original, e todo pecado cometido, para comunicar regeneração espiritual e a graça de Jesus Cristo, para unir o batizado à. cabeça viva. Quando os seguidores de Alexandre Campbell batizam, é para remissão de pecados, como contende Campbell: eles (os batizados) só podem alcançar o sangue de Cristo pelas águas do batismo.
No caso dos metodistas, conforme com Wesley, é para regeneração e, no caso de criancinhas, para tirar o pecado original, do contrário estão perdidas.
Qual é o desígnio dos Episcopais? Paremos no seu serviço de confirmação. Pergunta: “Quem vos deu este nome?” Resposta: “Meus padrinhos no batismo, pelo qual fui feito membro de Cristo, filho de Deus e herdeiro do reino do Céu”. Isso é o desígnio do seu batismo.
Qual é o desígnio dos presbiterianos? Leiamos o Breve Catecismo. Pergunta: “Que é batismo?” Resposta: “Batismo é um sacramento do Novo Testamento em que Cristo ordenou a lavagem em água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo para ser um sinal e selo da instilação em si mesmo da remissão de pecados pelo Seu sangue, regeneração pelo Seu Espírito, de adoção e ressurreição para a vida eterna”.
Não tentaremos interpretar esta linguagem, mas deixaremos que o Dr. Hodge, de Princeton, e o Dr. Nevin, do Seminário Mercersburg, a interpretem. Diz o Dr. Hodge: “Somos batizados para que nos unamos com Cristo e sejamos feitos participantes dos Seus benefícios. Este batismo para arrependimento é um batismo para que se obtenha a remissão de pecados”. O Dr. Nevin diz: “A igreja faz nos cristãos pelo sacramento do santo batismo, o qual ela sempre sustentou ser uma fôrça sobrenatural para esse mesmo propósito”.
Qual é o desígnio do batismo nas igrejas batistas?
Não é para a remissão de pecados. Não é meio de graça. Não é para regeneração. Nada tem que ver com a nossa salvação. É um quadro exibindo o Evangelho; a morte, enterro e ressurreição de Jesus e significa que o batizando está morto para a velha vida de pecado e ressurgido para uma nova vida em Cristo Jesus.
“De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida”. Romanos 6:4.
Quão diferente é a posição batista da dos que fazem do batismo uma ordenança salvadora e dizem que não há caminho para o sangue de Cristo senão pelas águas do batismo!
Agora, todos quantos tem sido batizados na fé desses outros corpos cristãos, devem sustentar essa mesma fé ou então repudiá-la. Se repudiarem, devem também repudiar o batismo que os fez participantes dessa fé. Não há outra saída. Se não crêem mais nas suas doutrinas, não deveríam mais sustentar o batismo que os fez participantes dessas doutrinas. É isto certamente o único curso coerente e o único modo de honrar a corporação em que vieram a crer. Se sois batista na crença, deveis estar satisfeito com nenhum outro batismo fora do batista.
4. UM ADMINISTRANTE APROPRIADO. Vejamos como isto está multiplicado no batismo de Jesus. Chegara o tempo de Jesus ser batizado. Cem quilômetros distante estava um homem enviado de Deus para batizar. Em redor de Nazaré havia muitos regatos e poços belos. Jesus podia ter escolhido alguém em Nazaré e tido que alguém O batizasse num dos belos poços. Isso teria sido batismo estranho, mas tal Ele não fez. Em vez disto, Ele partiu e caminhou cem quilômetros para conseguir que o batizasse alguém que tivesse a autoridade dada por Deus para batiza-lO. E contudo, a despeito disto, há quem diga que o administrante não é de importância alguma!