segunda-feira, 31 de outubro de 2011

17.22. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

2. UM MODO APROPRIADO.
Não é nosso propósito demorarmo-nos muito sobre este elemento, não porque não é importante, mas porque tanto já foi dito sobre o assunto que o achamos desnecessário. Tem-se dito que há dois lados em toda questão.
Eis aqui uma questão da qual isso não se pode dizer verdadeiramente. Há nesta questão só um lado. Á luz das Escrituras, à luz dos eruditos gregos, na concessão dos que não praticam a imersão, mas dizem que foi o único batismo conhecido na igreja primitiva; à luz de tudo isto, qualquer que contendesse pela aspersão como doutrina escriturística tanto seria um ignorante como um que sabe ser uma inverdade o que diz saber.
Ninguém disputaria, depois de ler esta simples história do batismo de Jesus com um espírito imparcial que o seu batismo se realizou por outra forma que por imersão. “Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas àguas… E sendo Jesus batizado, saiu logo da água”. Os artistas da idade média, subservientes à sua mestra a igreja de Roma, encheram as galerias da Europa com quadros representando Cristo e João com água pelos joelhos no rio e João derramando de uma concha água na cabeça de Jesus tirada do rio. Quem quer que possa ler este relato bíblico do batismo de Jesus, sabe que, conquanto belo seja o quadro, não é verdadeiro às Escrituras. Aceitar uma semelhante interpretação e negligenciar a relação bíblica é a própria palavra baptizar, que é, sem dúvida, uma palavra grega e nada mais significa senão imergir ou mergulhar.
Quando o Rei Tiago quis traduzir a Bíblia, reuniu os eruditos do seu tempo para fazerem a tradução. Fizeram magnificamente peça de trabalho; mas, quando toparam a palavra grega baptizar, sabendo que ela significava “imergir”, não ousaram traduzí-la assim sem conferirem com o rei, pois bem sabiam que a Igreja da Inglaterra batizava por aspersão. O resultado foi, a pedido do Rei, que não traduzissem a palavra de modo algum: que a anglicanizassem. E assim temos a palavra grega baptizo ou batizar nas Bíblias Inglesas (e portuguesas), quando, se tivesse sido traduzida, tem sido imergir.
O Dr. John T. Christian escreveu aos principais eruditos gregos da América e da Inglaterra, fazendo-lhes a seguinte pergunta: “Há qualquer léxico grego-inglês que defina a palavra baptizo por aspergir ou derramar?”
Respostas americanas:
“Não há nenhum léxico grego-inglês que dá aspergir ou derramar como um dos sentidos da palavra grega baptizo”. Prof. H. W. Humphreys, Universidade Vanderbilt.
“Não sei de nenhum léxico que dá aspergir como uma versão de baptizo”. Prof. W. S. Tyler, Colégio Amherst.
“Não há nenhum léxico grego-inglês padrão que dê quer aspergir quer derramar como um dos significados da palavra grega baptizo”. Prof. Dodge, Universidade de Michigan.
“Não conheço léxico algum que dê os significados de que o senhor fala por baptizo.” Prof. Flag, Universidade de Cornell.
Respostas inglesas:
“A palavra baptizo quer dizer afundar, ou mergulhar na água, Não respingar. Não sei de nenhum léxico que dê respingar por batizar”. Prof H. Kynaton, D.D. Universidade de Durhan.
“Certamente, o significado clássico de baptizo é mergulhar, não respingar ou derramar”. Prof. C. C. Warr, M. A., King’s College.
“Nunca, que eu saiba, encontrei a palavra no sentido literal de respingar e duvido que ela tenha qualquer sentido semelhante”. Prof. John Stracham, M. A., Owens College.
“Não sei de qualquer léxico grego-inglês que dê o significado de respingar ou derramar. Se alguém o fizer, eu diria que se enganou”. Prof. G. E. Mamdin, Universidade de Londres.
“Não sei se há qualquer léxico autorizado grego-inglês que faz a palavra significar respingar ou derramar. Apenas posso dizer que semelhante palavra nunca pertence a baptizo no grego clássico”. Prof. R. C. Jebb, Universidade de Cambridge. Mas, por que multiplicar provas? Não admira que o Rei Tiago e seus tradutores ficassem perplexos e não souberam o que fazer. Não somente o ato do batismo de Jesus, mas o próprio sentido da palavra faz a imersão imperativa como o segundo elemento do batismo escriturístico.