terça-feira, 18 de outubro de 2011

17.9. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.


O EXEMPLO DE JOÃO BATISTA


João batista é um exemplo da necessidade do administrante ser autorizado. Na ocasião do batismo de nosso Salvador, João fez uma declaração sobre quem o autorizou a realizar batismos:


"Eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água, aquele me disse: Sobre quem vires descer o Espirito e que permanecer sobre ele, esse é que batiza com o Espirito Santo." Jo 1,33;


Quem enviou (ou autorizou) João de batizar? Foi o próprio Deus Pai Todo Poderoso. Deus deu a João batista a autoridade de batizar com o batismo do arrependimento, o qual, era um prenuncio da vinda de Cristo. Essa autoridade foi reconhecida pelos homens que vieram ao batismo de João e também pelo próprio Senhor Jesus. Nosso Salvador andou dezenas de quilômetros para poder ser batizado por um administrante autorizado por Deus. Se ele não se importasse com essa questão do administrante, então porque sairia de Nazaré, andaria até o Jordão e seria batizado justamente por João, o batista? Jesus deixou claro que em fazendo isso ele estaria "cumprindo toda a Justiça". Para Jesus, ser batizado pelo administrante autorizado, era cumprir a vontade de Deus. Veja o trecho bíblico:


"Então Jesus veio a Galiléia a João no Jordão, para ser batizado por ele. Mas João se opunha, dizendo: Eu necessito ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa agora porque convém que cumpramos toda a justiça. Então João o permitiu" Lucas 3,13-16;


Até João achava-se não autorizado a um batismo tão importante. Mas Jesus lhe acalmou o coração dizendo que ele era autorizado para o ato. Quando somos batizados precisamos saber se o pastor que nos batizou é um pastor que estava em plena comunhão com sua igreja naquele momento. Não só isso, mas se esta igreja é uma igreja escriturística, que não tenha vindo da linhagem romana ou de divisões.


O EXEMPLO DA IGREJA PRIMITIVA


O pensamento de uma unidade em torno da validade do batismo esteve presente desde o princípio na igreja primitiva. A autoridade do administrante como alguém autorizado para o ato foi um fundamento essencial para os apóstolos. Na ocasião em que os onze escolheram um substituto para Judas Iscariotes achamos a primeira prova disso. Poderiam eles ter escolhido qualquer pessoa entre as cento e vinte almas que pertenciam a igreja. Mas não! O escolhido teria que ter algumas marcas que o distinguissem dos demais. O cargo só poderia ser preenchido por alguém que cumprisse as exigências mencionadas em Atos 1,21-22;


"É necessário pois que, dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até o dia em que dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça testemunha da sua ressurreição".


Os onze apóstolos concordaram entre si que para ser um substituto do lugar deixado por Judas Iscariotes era preciso ter começado desde o batismo de João. Fica esclarecido neste trecho que para a base da igreja de Cristo o batismo de João foi fundamental. Este batismo tinha a autoridade de Deus. Já o batismo que seria administrado pela igreja tinha a autoridade dada por Cristo. O ultimo não eliminava o primeiro, antes, era um meio pelo qual a verdade e a justiça de Deus se estabelecia neste mundo. Assim como o Novo Testamento não elimina o Velho, da mesma forma o batismo da Igreja de Jesus não elimina a importância que teve o batismo de João. O batismo de João foi um aio que conduziu até o batismo da Igreja de Jesus. Da mesma forma que não podemos ser salvos pela Lei hoje, também não podemos aceitar o tipo de batismo administrado por João. Porém como a Lei pertenceu às Escrituras, da mesma forma o batismo de João. Verifica-se portanto que para a igreja primitiva a autoridade do administrante era um elemento fundamental.


A igreja primitiva não foi uma igreja dividida, inventada ou renovadora. Era uma igreja que estava destinada a cumprir a já estabelecida vontade de Deus. Foi a vontade de Deus que João fosse o precursor de Cristo e o batista dos primeiros cristãos e o do próprio Cristo. Foi a vontade de Deus que Jesus formou sua igreja, e que a base de sua igreja fosse os doze apóstolos, e que estes doze apóstolos fossem todos batizados por João. Foi da vontade de Deus que Jesus desse a autoridade de batismo para sua Igreja, e que sua igreja ficasse responsável pela escolha do administrante apropriado para o ato.


Autor: Pr. Gilberto Stefano, Igreja Batista de Gália, Av. São José, n. 156, Gália, São Paulo, CEP 17.450.000, Fonte: http://www.palavraprudente.com.br/estudos/gilberto_s/micelanea/cap04.html