domingo, 23 de outubro de 2011

17.14. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.



Os Pentecostais


Os pentecostais estão divididos em três grandes grupos. Os históricos que são: Assembléia de Deus e Cristã no Brasil; Os da segunda geração: Quadrangular, Brasil Para Cristo, Deus é Amor, Casa da Benção, entre outras; e os Neopentecostais: Os que vieram das igrejas renovadas (batistas, presbiterianos, metodistas, luteranos e católicos), e os que nasceram na década de 70 e 80, Igreja Vida Nova, IURD, Internacional da Graça, entre outras. São tantos os grupos pentecostais que fica muito difícil generalizar em questão doutrinárias, porém, não em questão disciplinar.


COMO ANALISAR A VALIDADE DO BATISMO PENTECOSTAL?


Observando sobre os quatro elementos básicos do batismo, em pelo menos um é quase uma unanimidade, que é a prática do modo correto, ou seja, por imersão. Já na questão de um candidato apropriado há grandes diferenças. É mais fácil encontrar um candidato que está se batizando porque já aceitou Jesus numa Assembléia, do que numa das igrejas neopentecostais, às quais, pregam a teologia da prosperidade. Quanto ao desígnio há grandes controvérsias entre eles. Enquanto alguns pregam que o batismo é uma ordenança, outras (como a Cristã no Brasil) pregam que o batismo é um sacramento essencial a salvação. Mas é na questão do administrante apropriado que vamos encontrar o fator determinante de uma igreja batista não aceitar os seus batismos como válido.


PODEM SER VÁLIDOS SEUS BATISMOS?


As igrejas pentecostais tem duas origens distintas. A primeira origem é a que veio das Igrejas Holiness Weslyanas. Essas igrejas são uma divisão das igrejas metodistas originais. A ordenança de seus pastores para batizar esbarra no mesmo problema que sua igreja mãe, a metodista. Notemos. A igreja Metodista nasceu da igreja Anglicana. A igreja Anglicana nasceu da igreja Católica. A Igreja Católica é a igreja Apóstata, por isso, sem a autorização de ordenar pastores. A ordenação de um pastor holiness weslyano veio de pastores metodistas, e os dos metodistas dos anglicanos, e o dos anglicanos dos padres. Se aceitarmos dos holiness weslyanos teremos por justiça de ter que aceitar o batismo católico, pois o catolicismo é bisavô de um dos braços do pentecostalismo. Já que é inaceitável a ordenação católica, não podemos aceitar a de seus bisnetos, os holiness.


A segunda origem do pentecostalismo está das igrejas que saíram dos grupos reformados. Muitos pastores pentecostais eram ex-luteranos, ex-metodistas, ex-presbiterianos, e os tais se encontram no mesmo problema dos holiness weslyanos. Porém, a maior igreja pentecostal, principalmente no Brasil, que é a Assembléia de Deus, nasceu dentro da Igreja Batista de Belém do Pará. E então, aceitamos ou não o seu batismo como válido?


O Caso da Assembléia de Deus


O caso da Assembléia é muito importante, pois ela é a mãe e avó da maioria das igrejas pentecostais no Brasil (com exceção da Cristã do Brasil). Se entendermos porque não aceitamos o seu batismo como válido, valerá para os pentecostais da segunda geração e os neopentecostais. Vejamos abaixo como surgiu a Assembléia de Deus no Brasil. As informações abaixo são tiradas dos livros A História dos Batistas e do Diário de Gunnar Vingren e Daniel Berg, fundadores das Assembléias de Deus no Brasil.


Em 1909 desembarcaram no Brasil dois pastores batistas. Chamavam-se: Gunnar Vingren e Daniel Berg. Estes dois foram pastores batistas nos Estados Unidos, mas devido se unirem ao movimento pentecostal realizado na Rua Azuza 312, em Los Angeles, precisaram ser excluídos das igrejas batistas que ministravam por causarem a divisão dos membros e distúrbios da ordem na igreja. Ao chegarem no Brasil foram apresentados ao pastor Justus Nelson, o pastor da Igreja Batista de Belém do Pará. Pediram entrada nessa igreja, entrada esta que foi de princípio negada por não terem carta de transferencia (e nem poderiam ter, pois tinham sido excluídos). Omitindo que eram membros excluídos, apresentaram-se como verdadeiros pastores batistas, e isso lhes deu o privilégio de morarem no porão da igreja até conseguirem se instalar em outro lugar. Por aquele tempo o pastor Justus Nelson precisou viajar para o Sudeste do país, pois veio a uma Convenção Batista. Foi neste tempo que esses dois pastores agiram de má fé e causaram um grande problema ao pastor que gentilmente os recebeu.


Sem a presença do pastor, e ajudado por um co-moderador da igreja, José Plácito da Costa, eles conseguiram filiação na igreja, mesmo sem as cartas de transferência. Começaram então a induzir alguns membros a ficarem após o culto a assistir suas reuniões, às quais, eram feitas sem o conhecimento da igreja e no porão onde estavam instalados. Em seus cultos havia muito barulho e êxtases, e alguns começaram a dizer que tinham recebido dos dois pastores o que eles chamam de "batismo com fogo".


Um irmão da igreja, o evangelista Raimundo Nobre, descobriu o caso, e logo comunicou a igreja. Foi feita uma reunião para apurar o caso, e nessa reunião os dois pastores e mais onze membros da igreja foram excluídos, isso no ano de 1910. Segundo o historiador da Igreja Batista de Belém, Antônio B Almeida, Vingren e Berg continuaram a realizar trabalho de proselitismo entre os membros da Igreja, em lugar de evangelizarem os descrentes (é típico deles). O proselitismo perdurou por toda a sua vida. Em seu diária Vingren diz: "Por onde iam, buscavam nas igrejas e casas dos batistas infundirem o novo batismo".


Pois bem. Os fundadores das igrejas Assembléias de Deus no Brasil tiveram duas exclusões. Uma em suas igrejas originais dos Estados Unidos, e outra aqui no Brasil pelos irmãos da Igreja Batista do Pará. Perguntamos: É válido o batismo de um membro excluído? É bíblico um membro excluído abrir uma nova igreja e sair batizando as pessoas? Se é bíblico qual é a necessidade das exclusão dentro de uma igreja? Não, não é bíblico uma pessoa sob a disciplina da Igreja sair por aí abrindo novas igrejas. Se hoje aceitarmos um batismo de uma pessoa vindo da Assembléia, estamos dizendo que as igrejas de Cristo não tem necessidade de disciplina. Em nenhum versículo do Novo Testamento temos uma igreja sendo aberta por um membro que tenha sido excluído da Igreja de Jesus Cristo. Vimos nos estudos anteriores que todas as igrejas eram abertas por homens que estavam em plena comunhão com uma igreja de Cristo.


O que os fundadores da Assembléia de Deus fizeram foi desonesto. Mentiram que eram batistas quando não eram. Diziam estar em comunhão quando na verdade foram excluídos. Esperaram um pastor viajar para poderem agir de forma uma sorrateira. E pior, dividiram um corpo de Cristo. A Bíblia é clara sobre esse assunto de divisão: "Quem comigo não ajunta se espalha". Dividir a Igreja de Cristo é dividi-lo, e a maioria das igrejas pentecostais que saíram dos grupos reformados deixaram para trás grandes divisões e mágoas contra pessoas que simplesmente amavam Jesus da mesma maneira que se amou a dois mil anos atrás.


Quando uma Igreja Batista aceita o batismo praticado por uma igreja pentecostal, ela está dizendo que sua co-irmã, a Igreja Batista de Belém, cometeu um erro ao excluir aquelas onze pessoas. Ora, seria justo, se em uma de nossas igrejas batistas atuais, por motivos de disciplina e até doutrinária (que foi o caso dos fundadores da Assembléia), chegasse a excluir onze irmãos, e estes onze irmãos iniciarem uma nova igreja, pergunto novamente, seria justo aceitar essa igreja como sendo bíblica? De que serviria a exclusão? A exclusão serve para que o membro excluído, ao ficar fora da comunhão, sinta falta dela, arrependa-se do seu erro, e ingresse novamente na igreja, e assim, o problema disciplinar foi resolvido.


Um pastor batista alegou o seguinte motivo para aceitar o batismo praticado pela Assembléia. Disse ele que por eles ter crescido mais que os batistas já é motivo de aceitarmos, pois isso mostra que Deus está abençoando. Cuidado! Se for assim então temos que aceitar o batismo praticado pelo catolicismo, pois, ela também é uma igreja excluída, e é a igreja que mais cresce no mundo. Este mesmo pastor sofreu em sua igreja uma pequena divisão. Alguns membros resolveram se rebelar e abriram uma nova igreja batista. Perguntei a ele se a sua igreja estava em comunhão com a que foi fundada através de divisões e mágoas. A resposta foi áspera: De jeito nenhum! Perguntei porque, e a resposta foi que eram excluídos. Ora meus irmãos batistas, se não temos comunhão com nossos excluídos atuais, porque a daremos aos que foram excluídos a quase cem anos atrás? Sim, pois estes jamais voltaram ao seio da igreja, antes, continuaram a dividir nossos trabalhos. Está certo um membro excluído abrir uma nova igreja? Onde encontramos isso na Bíblia? Rebatizá-los é a forma única de manter a disciplina e a comunhão sincera entre as igrejas co-irmãs. Além do que, na maioria das vezes, os membros vindos das igrejas pentecostais, quase sempre são batizados para lavarem seus pecados, e só isso já invalida totalmente o seu batismo. O batismo praticado pela Assembléia é tão inválido quanto seria o batismo praticado por uma igreja formada por membros excluídos de uma de nossas igrejas batistas atuais.


A Assembléia é mãe de quase todas as igrejas pentecostais no Brasil e no mundo, com raras exceções (que é o caso da Congregação Cristã). Ela é mãe da Quadrangular, Brasil Para Cristo, Deus é Amor, Só o Senhor é Deus, Casa da Benção e aí a fora. Estas igrejas, por sua vez, são mães de outras igrejas como a IURD, Vida Nova, Internacional da Graça entre muitas outras consideradas neopentecostais. Portanto, se um membro excluído não tem autoridade para realizar o batismo, teria ele autoridade para ordenar pastores? São estes pastores ordenados? Por quem? Por membros excluídos? Qualquer igreja batista de verdade que se preze há de zelar pela comunhão verdadeira e negará a validade dos batismos pentecostais, pois são igrejas nascidas da divisão, discórdia e contendas. Atrás do nascimento dessas igrejas existe muitas mágoas e pecados a serem confessos.



Autor: Pr. Gilberto Stefano, Igreja Batista de Gália, Av. São José, n. 156, Gália, São Paulo, CEP 17.450.000, Fonte: http://www.palavraprudente.com.br/estudos/gilberto_s/micelanea/cap04.html