sexta-feira, 28 de outubro de 2011

17.19. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.

CAPÍTULO 1 - O MODELO DO TABERNÁCULO
Moisés foi admoestado por Deus quando esteve para fazer o tabernáculo. “Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou”. Hebreus 8:5.
Há quarenta capítulos no livro do Êxodo e dezesseis e meio deles tem que ver com a edificação do tabernáculo somente. Deus chamou Moisés ao monte para lhe dar instrução quanto a como construí-lo. No monte esteve ele quarenta dias e noites, em cujo tempo Deus deu a Moisés direções explícitas até o mínimo pormenor. Nada foi desprezado ou omitido. Essas minúcias parecem tão triviais ao leitor que é tentado a saltar parte delas como se nemhum valor e prosseguir para algo de mais interesse. Mas não foram triviais na mente de Deus, porque por quarenta dias e noites Ele deteve Moisés no monte cuidando desses pormenores, dando-lhe instruções definitas, confeccionando um modelo, do que, quando terminara, deu a Moisés uma solene incumbência, a qual temos colocado no alto deste capítulo.
“Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou”.
Certamente Moisés não teve por triviais aos pormenores. Quando a solene tarefa estava pronta, Moisés fala dela nestas palavras: “Assim se acabou toda a obra do tabernáculo da tenda da congregação e os filhos de Israel fizeram conforme com tudo que o Senhor ordenara a Moisés; assim o fizeram. Trouxeram o tabernáculo a Moisés, a tenda, toda a sua mobília, seus colchetes, suas tábuas, seus varais, suas colunas e as suas bases; a coberta de peles de carneiros tingidas de vermelho, a coberta de peles de texugos, o véu da coberta; a arca do testemunho, os seus varais, o propiciatório; a mesa com todos os vasos e os pães da proposição; o castiçal puro com suas lâmpadas, as lâmpadas da ordenança com todos os seus vasos e o azeite para a luminária; também o altar de ouro e o azeite de unção, o incenso aromático e a tela para a porta da tenda; o altar de cobre e o seu crivo de cobre, os seus varais, todos os seus vasos, a pia e a sua base; as cortinas do pátio, suas colunas, suas bases, a tela da porta do pátio, suas cordas, seus pregos, todos os vasos do serviço do tabernáculo, para a tenda da congregação; os vestidos do ministério para ministrar no santuário, os santos vestidos de Aarão, o sacerdote, os vestidos dos seus filhos para ministrarem o sacerdócio. Conforme com tudo que o Senhor ordenara a Moisés assim os filhos de Israel fizeram toda a obra. Viu pois Moisés toda a obra e eis que a tinham feito: como o Senhor ordenara, assim a fizeram igual e Moisés os abençoou”.
Suscitam-se muitas perguntas ao passo que meditamos nesta cena da edificação do tabernáculo. Porque Deus deteve a Moisés no monte quarenta dias e noites? Por que um modelo divino até explícitas minúcias. Por que um encargo solene de fazer todas as coisas conforme com o modelo? Por que o extremo cuidado de Moisés de conferir quando a obra se acabara e ver que tudo fora segundo o modelo divino? Outra vez, podíamos parar para perguntar, que seria tivesse deixado Moisés de cumprir as instruções divinas? Teria havido duas consequências trágicas: Moisés teria sido culpado de um ato de desobediência e modelo divino corporificado no tabernáculo teria sido destruído. Chamei-as consequências trágicas. Quão trágicas, paremos e consideremos. Olhai a primeira: ELE TERIA SIDO CULPADO DE UM ATO DE DESOBEDIÊNCIA.
A raça humana teve de aprender na árdua escola da experiência as consequências da desobediência aos mandamentos de Deus. Milton no seu imortal “Paraíso Perdido” faz isto o tema do seu poema trágico, quando, nas primeiras linhas, diz: Da primeira desobediência do homem e o fruto daquela árvore proibida, cujo gosto mortal trouxe a morte ao mundo e toda a nossa desgraça, com a perda do Éden, até que um homem mais forte nos restaure e recobre a sede bendita, ‘Canta ó musa celestial”.
Era para Moisés aprender mais tarde as consequências trágicas da desobediência na sua própria vida. Disse-lhe Deus para falar à rocha no deserto para os filhos de Israel pudessem ter água para beberem. Na sua ira, ao contrário, ele bateu na rocha. Deus não o descredita perante o povo, recusando dar água. A água jorrou, mas Deus recusou a Moisés o privilégio de entrar na terra prometida, que tinha sido o sonho de sua vida. Um dos quadros mais tristes de toda a Bíblia é esse de Moisés em pé na crista do Monte Nebo, comtemplando a terra: “Então subiu Moisés das campinas de Moabe ao Monte Nebo, ao cume de Psiga, que está em frente a Jericó e o Senhor mostrou-lhe toda a terra desde Gileade até Dã; e todo Naftali, a terra de Efraim e Manassés, e toda a terra de Judá, até ao mar ocidental; e o Sul, e a campina do vale de Jericó, a cidade das palmeiras, até Zoar. E disse-lhe o Senhor: Esta é a terra que jurei a Abraão, Isaque e Jacó, dizendo: À tua descendência a darei: eu te faço vê-la com os teus olhos, porém lá não passarás. Assim morreu ali Moisés, o servo do Senhor, na terra de Moabe, conforme a palavra do Senhor. E o sepultou num vale, na terra de Moabe, em frente de Bete-Peor; e ninguém soube até hoje o lugar da sua sepultura”. Deuteronômio 34:1-6.
“Pela solitária montanha do Nebo,
Neste lado da torrente do Jordão,
Num vale na terra de Moabe,
Jaz uma sepultura isolada.
Mas nenhum homem levantou esse sepulcro,
E nenhum jamais o viu:
Porque o anjo de Deus revirou a relva
E lá deixou deitado o defunto”.
Quantos milhares desde então tem sido privados da realização dos seus mais acariciados desejos por causa de desobediência à vontade de Deus? Só a eternidade pode dizer. Se verificássemos as consequências horrendas, examinaríamos as Escrituras dia e noite para aprendermos mais cabalmente qual é a vontade de Deus.
Outro exemplo das consequências da desobediência é o caso de Acã. Depois da morte de Moisés e sob a liderança de Josué, Israel atravessou o Jordão, capturou o reduto de Jericó e marchou triunfante para a conquista de Ai. Jactancioso da vitória, esperaram numa fácil captura, mas foram ignominosamente derrotados e expulsos com grande mortandade. Por que? A resposta está numa só palavra: desobediência. Deus lhes proibira tomar do espólio, mas Acã, vendo uma linda capa babilônica e uma cunha de ouro, cobiçou-as e as levou e as escondeu no chão de sua tenda. E até que Acã e sua família inteira caíram completamente fulminados sob o montão de pedras que empilharam sobre o seu corpo, passou a ira de Deus, podendo o exército de Deus marchar à vitória.
O pecado de Acã não só lhe trouxe desastre e morte a si mesmo, mas à sua família também e a todo o exército de Israel. Com que cuidado deveríamos estar para cumprirmos o que parece ser trivialíssimo mandamento de Deus! A decisão de Cotton Mather devera ser a de cada um de nós: “Jamais seja um preceito tão difícil e desagradável à carne e ao sangue; se é de Deus a ordem, minha alma diz: “É bom, obedeça-O eu até que morra”.
Outra vez, se Moisés tivesse falhado, a verdade divina corporificada na construção do tabernáculo teria sido destruída. Tudo que Deus teve em mente para personificar naquele modelo nenhuma mente finita pode compreender inteiramente; mas podemos descansar na certeza de que houve um propósito divino em tudo quanto estava no modelo. As medidas, os materiais, o arranjo dos pátios, cada peça de mobília, cada barra, pino, parafuso, tinha sua significação e sentido divinos. Permiti uma sugestão de ao menos uma ou duas coisas que estavam no quadro:
Primeira, a santidade de Deus em contraste com a pecaminosidade do homem e a dificuldade consequente de aproximação do homem pecaminoso do Deus santo. Em síntese, o arranjo do tabernáculo era este: um pátio aberto, um lugar santo e o santo dos santos. Ao pátio vinha o povo com as suas ofertas per delitos e pecados. Ao lugar santo só os sacerdotes podiam vir. No santo dos Santos só o sumo sacerdote podia ir, então só uma vez por ano, não sem sangue, que ele oferecia por si mesmo e pelos pecados do povo. Esse quadro, por todos os tempos, foi para demonstrar a santidade de Deus e a excessiva pecaminosidade do homem, a extrema dificuldade do homem pecaminoso aproximar-se de um Deus Justo e Santo.
Oh! quão necessária é essa lição ao mundo hoje! Deus não é mais elevado, exaltado e santo como Isaías O viu quando o Rei Usias morreu: O homem não está cônscio de sua excessiva pecaminosidade aos olhos de Deus. Bom foi então para Israel, como bom é para nós hoje, que temos este quadro divino: que Moisés foi fiel ao mandamento de Deus em executar a edificação do tabernáculo até aos seus mínimos pormenores.
Outra coisa que estava no modelo é: não há aproximação de Deus senão pelo sangue de Cristo. Típico foi do sangue de Cristo o sangue derramado sobre o altar. O Deus santo não pode ser aproximado por homem pecaminoso a menos que se purgue a seu pecado. “Sem derramamento de sangue não há remissão de pecado”. Desde o princípio tem estado o diabo tentando afastar o sangue de Jesus. Ele induziu Caim a trazer um sacrifício incruento e Deus não se agradou dele. Ele fez o melhor que pode para conseguir que Moisés mudasse o plano do tabernáculo e o sangue fosse omitido. E através dos séculos tem ele estado proclamando salvação pelo caráter, salvação pelas obras, salvação pelo batismo, salvação pela união com a igreja. Tivesse Moisés deixado omisso o sangue, destruída teria o modelo e teria estado brincando nas mãos do diabo. O que é verdade do tabernáculo é por igual eminentemente certo do batismo. Temos o modelo divino e a ele devemos ser fiéis nos menores pontos, ou deveremos ser culpados de desobediência, deveremos destruir a verdade por que o batismo permanece e representa. Nos capítulos seguintes estudaremos o modelo do batismo e veremos como através dos anos os seguidores de Cristo tem cumprido as instruções dadas para a observância do batismo. Temos sido fiéis ou infiéis na guarda desta ordenança como Deus no-la entregou?