sábado, 15 de outubro de 2011

17.6. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.



AS CRIANÇAS SÃO CANDIDATAS APROPRIADAS PARA O BATISMO?


Depende. Se for uma criança recém-nascida, não há dúvidas, é imprópria para o batismo. Caso seja uma criança responsável (impor um limite de idade a essa responsabilidade é antibíblico), que tenha consciência de que é pecadora, que sabe que Jesus Cristo morreu por ela na cruz, e que deseja arduamente aceitá-lo como seu único e suficiente salvador, não podemos negar-lhe o direito de batismo. Também para ela deve ser feitas as perguntas e delas esperar as mesmas respostas que o daria um adulto. Sua conduta também deve ser analisada, porém, deve-se distinguir atos de criança com atos de rebeldia contra a vontade do Senhor.


O recém-nascido não pode ser batizado. Acabou de chegar ao mundo. Não sabe falar, não sabe pedir, e não sabe distinguir o certo do errado. Ela é inocente de pecados cometidos - ainda que não é inocente do pecado original. Batizar um recém nascido é usar de um método não bíblico para fazer a igreja crescer numericamente. É lhe impor uma fé que ela nunca professou com sua boca.


Cometer o erro de batizar um recém nascido é um dos mais perniciosos erros que uma igreja pode ter. Ao batizar um recém-nascido o mesmo passa a ser membro de uma igreja denominada cristã. Algumas até aceitam Jesus posteriormente. Mas a grande maioria acaba-se tornando um cristão sem Cristo. É membro da igreja tal, mas não da igreja de Jesus. Sem contar que é prejudicial para a própria criança, pois, pensando que por já ter uma religião, e por ser chamada de cristã, não vê necessidade de fazer uma profissão de fé e de ser realmente batizada escrituristicamente. Sem contar que essa igreja, através dos tempos, acaba ficando cheia de pessoas não salvas no seu rol de membros.


POR QUE OS RECÉM-NASCIDOS SÃO BATIZADOS?


Na Igreja Católica ela é batizada para receber a salvação. Para eles é cristão quem é batizado. O batismo tem para o catolicismo (junto com outros sacramentos) o errôneo poder de "lavar os pecados". Portanto, batiza-se uma criancinha para lavar seu pecado original. (Concílio de Trento).


John Wesley nas suas obras, V. 6, seção 4, fala pelos metodistas:


"É certo que a nossa igreja supõe que todos quantos são batizados na sua infância são ao mesmo tempo nascidos outra vez. Se as crianças são culpadas de pecado original, não podem ser salvas na maneira comum a menos que se lavem pelo batismo".


A igreja Presbiteriana dá os seguintes motivos para fazê-lo:


Dizem que se das criancinhas são o reino dos céus (Cl. 19,16) não vêem por que negar-lhes o batismo, pois as mesmas possuem a graça da salvação. Também dizem que o batismo cristão é o substituído da circuncisão que foi dada a Abraão e sua descendência. Dizem ainda que quando a família de Lídia, de Cornélio, e a do carcereiro foi batizada não fala que apenas os adultos foram batizados.


Refutando estas objeções presbiterianas podemos dizer. Primeiro: Se realmente eles entendem que é das criancinhas o reino dos céus, porque então no mesmo manual afirmam que: "A Igreja não batiza qualquer criança, mas apenas filhos de crentes". Ora, não é isso uma discriminação a algumas crianças? Não seria melhor afirmar como os batistas que sendo das crianças o reino dos céus, e se Jesus disse para deixai-as vir a ele sem embaraços, não seria melhor que o próprio Jesus tomasse conta do caso sem nossa interferência? Somos Deus para julgar que os filhos dos crentes já nascem predestinados e os filhos dos incrédulos já nascem perdidos? Jesus não mandou nem nunca batizou nenhum recém nascido. Ele mandou deixar vir, e não batizá-las, pois, se o fizesse, estaria caindo no erro de encher Sua igreja de futuros incrédulos. Também deve-se entender que uma coisa é pertencer ao Reino dos Céus, e outra é pertencer ao Corpo Visível de Cristo que é Sua Igreja.


Segundo: Se o batismo cristão substituiu a circuncisão da Antiga dispensação, não seria mais correto batizar somente os meninos e isso ao oitavo dia? Por que então batizar as meninas, pois, só os meninos eram circuncidados. É grande erro essa afirmação, e não temos um versículo na Bíblia dizendo que o batismo é a nova circuncisão. Interessante é a declaração do Manual das Igrejas Batistas, pg. 127, de Hiscox sobre esse assunto:


"Quanto ao argumento utilizado por alguns, de que o batismo veio substituir a circuncisão, trata-se de um argumento por demais débil e pueril, por demais imaginário e destituído de razão, para merecer consideração séria por parte de mentes inteligentes".


Terceiro: Realmente a Bíblia fala de famílias inteiras que foram batizadas. O que a Bíblia não fala é que um recém-nascido, ou uma criança irresponsável tenha sido batizada. Não podemos trabalhar com a Bíblia julgando por suposições ou hipóteses. O certo é que a Bíblia não dá um exemplo e nem manda que nenhuma criança recém-nascida seja batizada. Tenho absoluta certeza de que se houvesse um recém-nascido na casa de Lídia ou na casa do carcereiro, os mesmos não teriam sido batizados por Paulo, pois, fazendo isso ele estaria obrigando à criança a uma fé que ela não aceitou de sua livre e espontânea vontade. A fé é pessoal e o batismo também. Pedro disse em Atos 2 que: "Cada um seja batizado" e não "cada família seja batizada".


Existem milhares de igrejas batistas em cuja comunhão famílias inteiras tem sido batizadas - pais e filhos, e talvez outras pessoas a eles ligadas. Mas todos tinham idade suficiente para crer e fazer profissão de sua fé. Evidentemente o mesmo aconteceu com as famílias de Lídia, do carcereiro, de Cornélio e outros casos na Bíblia. Agora observemos o que dizem alguns eruditos que praticam o batismo de recém-nascidos sobre esses casos:


O Dr. Neander escreveu: "Não podemos provar que os apóstolos tenham ordenado o batismo infantil; das passagens onde é mencionado o batismo de famílias inteiras, não podemos tirar tal conclusão." (Planting and Training, pg. 162. N.Y. Ed. 1865).


O professor Jacob diz: "Em nenhum desses casos ficou provado que havia criancinhas naquelas famílias". ( Kitto s Bib. Cyc., artigo batismo).


O Dr. Meyer diz: "Que o batismo de criança não estava em uso naquele tempo torna-se evidente em I Cor 7,14;". (Comentário sobre Atos 16,15;).


O motivo pelo qual as criancinhas são batizadas é um só. Tais igrejas que fazem isso acreditam que o batismo é um sacramento e não uma ordenança aos já salvos. Acreditam que o batismo ajuda ou dá salvação. É a doutrina da regeneração batismal, iniciada pela igreja católica já no segundo século de nossa era, e a partir do século dezesseis transmitida às suas filhas que são as igrejas protestantes originais (luterana, presbiteriana, anglicana), e posteriormente às suas netas (congregacional e metodista). Ou se crê na regeneração batismal ou se crê que o sangue de Jesus é quem tira pecado. Amedrontados que a criança venha nascer e morrer pagã acabam por batizando seus filhos recém-nascidos. Se esquecem que Deus tem um plano especial para as criancinhas que morrem e não tem compreensão de seus pecados.


O candidato apropriado é aquele que ouvindo o evangelho, arrepende-se de seus pecados e sente a necessidade de ser lavado pelo sangue de Jesus. Humilhado ele pede perdão a Deus pelos seus pecados, confia no Senhor Jesus para a expiação dos mesmos, e depois pede para ser batizado para que tenha entrada na igreja de Cristo. Consciente de que é pecador, confia que Jesus, ao morrer na cruz, pagou todos os seus pecados, e por isso ele será conduzido ao céu após sua morte (ou talvez arrebatado nas nuvens num arrebatamento repentino). Jesus, além de seu Salvador, torna-se o Senhor de sua vida, vida esta que será a de uma nova criatura, agora, criada para as boas obras. Sem esse básico conhecimento de pecado, aceitação a Jesus, e consciência de uma mudança de vida, o candidato é inapropriado, ou seja, indigno do batismo. O candidato apropriado tem consciência de que:


"E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências" Gálatas 5,24;


Em Maio de 1994 estive numa Clínica do Evangelismo Explosivo em São Paulo. Conversando com um pastor Luterano, este confessou que não se lembrava de ter feito uma profissão de fé. Apenas sabia que pertencia a Igreja. Ele nunca tinha aceito Cristo de livre e espontânea vontade, no entanto era pastor de 1200 almas na cidade de Concórdia, SC. Seria ele um candidato apropriado?



Autor: Pr. Gilberto Stefano, Igreja Batista de Gália, Av. São José, n. 156,
Gália, São Paulo, CEP 17.450.000, Fonte: http://www.palavraprudente.com.br/estudos/gilberto_s/micelanea/cap04.html