quarta-feira, 5 de outubro de 2011

16.76. Pregação de João o Batista (Mt 3:1-12; Mc 1:1-8; Lc 3:1-18) Mc 1:4

Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados.
A questão que se coloca agora é se o batismo contribui para a salvação, se existe o entendimento conhecido como regeneração batismal, quanto a estas indagações, Simmons escreveu, comentando Atos 2:38, que:
(3). Atos 2:38 ? "Arrependei-vos e sede cada um de vós batizados em o nome de Jesus Cristo para remissão dos pecados e recebereis e Espírito Santo."
Ao considerarmos esta passagem, notemos:
A. A pergunta feita no verso precedente não é a restrita: "Que devo fazer para me salvar?" de Atos 16:30, mas a ampla: "Que faremos?" Logo não é estranho que tenhamos uma resposta mais ampla do que Atos 16:31 ["E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa." (At 16:31)].
B. O arrependimento está colocado antes do batismo e quando alguém se arrependeu, já está salvo e portanto não pode ser batizado para poder salvar-se. O arrependimento é uma mudança completa de mente baseada numa nova disposição que foi implantada pelo Espírito Santo. O arrependimento e a fé são inseparáveis e simultâneas, como se mostra no fato que algumas vezes se menciona um e algumas vezes outra isolados como o meio de salvação. E quando alguém creu, já um filho de Deus. Vide I João 5:1 ["Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido." (I Jo 5:1)].
C. A passagem não diz: "Sede batizados para ou na recepção da remissão de pecados" e o que afirma que este é o sentido deve arcar com o ônus da prova.
D. O sentido da passagem, como interpretada à luz do teor geral da Bíblia e seu ensino é: "Sede batizados para ou no reconhecimento, simbolizando ou mostrando a remissão dos pecados.".
Não faz diferença quer sigamos a versão comum e lemos "para" ou a revisão e lemos "na"; o sentido é o mesmo e o Novo Testamento proporciona incisivas ilustrações do sentido.
Se "para" for tomado como a tradução correta inglesa da preposição grega "eis", então vamos a Lucas 15:12-14 para uma ilustração: aqui, um homem já purificado de lepra é mandado: "Mostra-te ao sacerdote e oferece PELA tua purificação como Moisés ordenou para que lhes sirva de testemunho." Foi para o homem oferecer sacrifício POR uma purificação que ele já recebera. Da mesma maneira somos batizados PARA a remissão dos pecados já recebidos. O antecedente entendido de "lhes" é o povo em geral. Assim o batismo é um testemunho de nossa parte a todos que a observem que estamos salvos.
Se "para" for considerado como a tradução adequada, então temos duas excelentes ilustrações do significado. A primeira acha-se em Mat. 3:11, onde João fala do seu batismo como "para arrependimento." Isto não pode significar que João batizava o povo para que ele se arrependesse, que o batismo nada tem em si que possa produzir arrependimento. Por outro lado João representava o arrependimento como uma condição prévia de batismo e com ele muitíssima gente concorda. O sentido é que João batizava para o reconhecimento do arrependimento.
Uma outra passagem oportuna aqui é I Co 10:2. Neste lugar se diz que os israelitas "foram todos batizados EM Moisés na nuvem e no mar." O sentido é que como o povo atravessou o Mar Vermelho, escondido dos egípcios pela nuvem e pelo mar, lhes foi mostrado estarem cometidos a Moisés como seu líder. Não o arranjaram como seu líder pela passagem.
E. Um tratamento mais além por Pedro das relações de batismo para salvação, achado em I Pedro 3:20 ["os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água;" (I Pd 3:20)], corrobora a interpretação que temos dado.
Nesta última passagem Pedro diz que o batismo salva somente no sentido em que a água do dilúvio salvou os ocupantes da arca. Notai que a água não botou Noé e os outros na arca. Estavam na arca, trancados por Deus mesmo, sete dias antes da água vir, vide Gen. 7:16,7-10. Durante esses sete dias estiveram tão seguros como estiveram em qualquer outro tempo mais tarde. A vinda da água não fez qualquer contribuição para sua atual salvação, mas conduziu a arca no seu seio e assim exibiu sua salvação.
Para mais comentos sobre esta passagem, vide o capítulo sobre o Novo Nascimento.
Ao estudar Atos 2:38 é bom também conservar em mente que Pedro falou estas palavras a judeus, que estavam cortidos na linguagem do simbolismo.