quarta-feira, 16 de novembro de 2011

17.38. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.
CAPÍTULO 11 - LUTERO, CALVINO E OS ANABATISTAS
Aí pelo meado do século quinze, pessoas de idéias largamente diferentes, mas unidas na sua oposição aos ensinos e à corrupção da Igreja Católica, agruparam-se juntamente num corpo na Boêmia e se chamaram Unitas Fratru, os Irmãos Unidos. A despeito de perseguição, aumentaram rapidamente e pelo começo do século dezesseis somavam por duzentas congregações. Muitos condes, barões e nobres juntaram-se às suas igrejas, que construíram casas de culto nas cidades e vilas. Entre eles houve muitos Anabatistas. Tiveram a Bíblia traduzida em língua boêmia e impressa em Veneza e Nuremberg. Mais tarde fundaram tres tipografias em que publicaram Bíblias, uma em Praga, outra em Beinslav e a terceira em Kralitz, na Moravia. Em 1507 o Rei da Boêmia cedeu a pressão e principiou a perseguição dos seus irmãos.
Alguns deles emigraram, outros retiraram-se para as florestas e covas, outros foram trazidos perante sacerdotes, onde, recusando-se a renunciar sua fé, foram refutados e queimados. Mais tarde, quando Lutero apareceu, cançados de perseguição, engraçaram-se com ele, concordaram em deixar o rebatizamento e entraram na comunidade luterana. Contudo, os batistas entre eles, recusando, foram ainda uma comunidade esparsa e foram chamados agora Anabatistas, ou Calvinistas Picardos. O imperador expressou seu espanto ante a quantidade deles. Viviam em quarenta e cinco divisões chamadas colégios, exatamente como seus antecessores tinham feito na França quatrocentos anos antes. O imperador então lavrou um édito de banimento contra eles sob pena de morte. De novo se espalharam, Os morávios disputam que são descendentes dessas igrejas.
Na Alemanha, onde Lutero começou a reforma, no princípio do século dezesseis, o período está marcado por dois eventos importantes: o trabalho de Tomás Munzer e a rebelião Munster. Tomás era de Mulhausen, na Turingia. Tinha sido padre, mas fez-se discípulo de I.utero. Lutero o chamou o seu Absalão e o povo o chamou cura de Lutero. Mais tarde, diz Orchard, tornou-se um anabatista, mas diz Christian que ele nunca foi batista. Seja como for, era um grande pregador entre o povo comum. Enquanto Lutero estava caçando, escrevendo e confabulando com príncipes, Munzer estava pregando no país e observando a condição dos foreiros. Ele viu seu cativeiro miserável. Lutero no seu plano queria livrar os sacerdotes de obediência ao Papa, mas consentir que os oficiais do estado tiranizassem o povo. Munzer viu isto e protestou. Como diz Voltaire: “Lutero lograra em atiçar os príncipes, nobres e magistrados contra o Papa e bispos, mas Munzer atiçou os camponeses contra eles. Ele e seus companheiros foram indo dirigindo-se aos habitantes das vilas cantonais na Suabia, Misnia, Turingia e Franconia. Proclamaram essa verdade perigosa que está implantada em todo peito, que todos os homens nascem iguais, dizendo: que se os papas tinham tratado os príncipes como seus súditos, os príncipes tinham tratado o povo comum como bestas”.
Quando Lutero soube do sucesso de Munzer, seu ciúme não conheceu limites. Conquanto primeiro parecera favorável aos anabatistas, ele não podia aturar a quem quer que fosse liderando a reforma senão ele mesmo. Carlostadt, um rebatizador, seguiu-o de lugar em lugar e o teve expulso. Ao ouvir do sucesso de Munzer, escreveu aos magistrados de Mulhausen, pedindo-lhes para exigirem que Munzer provasse seu chamado de Deus pela operação de um milagre. O povo ressentiu-se do insulto e expulsou os emissários de Lutero, os magistrados elegeram novos senadores dos quais Munzer era um. Os batistas tornaram-se objetos comuns da perseguição de Católicos, Luteranos e Calvinistas tanto na Alemanha como na Suíça. Muitos batistas foram afogados e queimados na pira. Munzer redigiu um memorial expressivo de suas aperturas, enviado à Alemanha toda. Consistiu de doze artigos sobre liberdade civil e religiosa, do qual Voltaire exclama: “Um Licurgo o teria assinado”. No final deste memorial os camponeses apelaram para Lutero. Respondeu que era tolice botar toda a humanidade num mesmo nível, que Abraão teve escravos, publicou um decreto dirigido aos príncipes e nobres para unirem todas as suas forcas para supressão da sedição e para destruirem a todos quantos resistissem ao governo. Os camponeses oprimidos foram acordemente postos à espada e derrotados, e Munzer, seu amigo e líder, foi condenado à morte.
Dez anos mais tarde a cidade de Munster na Westfália tornou-se a cena de levante e rebelião. Outra vez, como antes, está revolta foi iniciada por um ministro pedobatista da persuação luterana ajudado por outros ministros da Reforma Protestante. Esta ocorreu sobre a religião protestante e foi principiada entre católicos e protestantes. Mais tarde, muitos anabatistas foram atraídos para ela. O povo em delírio, dele muitos ignorantes camponeses, buscando liberdade civil por causa da opressão, começou a erigir uma nova república, chamando-a Nova Jerusalém. Esta conduta sediciosa dessa gente, incluindo um punhado de anabatistas, refletiu sobre o resto deles, inocentes ou culpados, a ira dos príncipes e nobres. Cassander, um papista, diz que muitos anabatistas opuseram-se aos atos dos de Munster e ensinaram a doutrina contrária. Não obstante, como fossem unânimes pela liberdade civil e religiosa, opostos ao mesmo tempo ao batismo infantil, as mais severas leis foram promulgadas contra eles. Mosheim diz que inaudita quantidade de batistas sofreram a morte, não porque fossem súditos rebeldes, mas porque foram julgadas como hereges incuráveis.
Por este tempo, Menno Simon tornou-se um grande líder entre os Anabatistas. Nasceu em Witmarsum, na Frislândia, em 1496. Foi educado para o sacerdócio católico e em 1524 tornou-se ministro dessa fé. Não sabia nada da Bíblia e não pegaria nela, a menos que fosse seduzido pelos seus ensinos. Sua primeira dificuldade mental foi sobre a doutrina da transubstanciação, mas ele atribuiu a impressão ao diabo. Continuou a gastar o seu tempo em divertimentos mundanos, mas estava inquieto na sua mente. Por este tempo decidiu estudar a Novo Testamento e, quando o fez, viu o erro do papismo. Começou a pregar o verdadeiro evangelho.
Por este tempo, entre muitos milhares de outros que foram postos à morte, estava um Sicke Snyden, anabatista, decapitado em Lewarden. Sua fé, preferível morrer que renunciar à sua fé, levou Menno a examinar o assunto do batismo, pelo que se tornou convencido de que não havia batismo infantil ensinado na Bíblia, e que os Anabatistas, ou batistas, estavam sendo perseguidos por amor da verdade. Estudou a Bíblia de novo, convenceu-se dos seus pecados, converteu-se e foi imergido, tornou-se batista. Ele afirmou neste tempo: “Não acharemos nenhum outro batismo na Bíbila fora do mergulho na água, que é aceitável a Deus e mantido na Sua Palavra”. Levou um ano em estudo e escrevendo quando foi chamado como pastor de uma igreja batista. Em todo redor ele viu os batistas sofrendo perseguição e morte após horrenda tortura, mas aceitou o cargo. Teve grandes provas e privações, muitas vezes foi obrigado a mudar-se de uma província para outra com sua esposa e família, mas onde quer que fosse era maravilhosamente abençoado no seu trabalho.
Ele assentou o seu plano de doutrina e prática inteiramente tirado das Escrituras em forma de catecismo, do qual tudo estava de acordo com a prática dos anabatistas em todos os tempos. Essas doutrinas incluíam a rejeição do batismo infantil, a aproximação imanente do milênio, a abolição da guerra, a proibição dos juramentos, a vaidade da ciência humana, a piedade prática dos membros como o sinal da verdadeira igreja.
O sucesso de Menno levantou a ira do estado e em 1543 ofereceram uma recompensa pela sua prisão, mas ele achou refúgio por algum tempo sob o patrocínio do senhor de Fresenburg e Lubeck. Formaram-se igrejas, chamaram-se pastores e aqui, pela folha impressa, Menno levou avante o seu ensino da verdade.
Em 1560 saiu um decreto contra os anabatistas que proibiu a quem quer que fosse unir-se com eles. Em Hamburg aditou-se que nenhuma pessoa rebatizada fosse empregada ou seguisse qualquer profissão. Ainda assim os batistas aumentaram, apesar de tangidos de província a província, como foi Menno. Este continuou sua obra até 1561, quando morreu e foi sepultado no seu próprio jardim. Como resultado de perseguição muitos batistas por este tempo emigraram para a Holanda, onde tiveram liberdade religiosa, para onde também vieram muitos batistas da Inglaterra, fugindo das perseguições sob a Rainha Isabel. Da Holanda também muitos emigrantes neste período buscaram asilo na América, para que pudessem desfrutar a liberdade religiosa desta nova terra da promessa.
Não encerraremos este capítulo sem duas citações concernentes aos anabatistas, uma do Cardeal Hosius, que certamente não pode ser prejudicada em benefício dos batistas. Diz Hosius: “Se a verdade da religião fosse para ser julgada pela prontidão e alegria que um homem de qualquer seita mostra no sofrimento, então as apiniões e a persuação de nenhuma seita podem ser mais verdadeiras e certas do que as dos anabatistas, uma vez que nestes mil e duzentos anos não tem havido nenhuma que tenha sido mais asperamente punida”.
A outra citação é do historiador luterano Mosheim, que também não pode certamente ser prejudicada em favor dos batistas. Diz Mosheim: “Antes de Lutero e Calvino permaneceram escondidas em quase todos os países da Europa muitas pessoas que aderiram tenazmente às doutrinas dos batistas holandêses”. E assim temos da história prova dada pelos inimigos desta desprezada seita que eles existiram pelo menos mil e duzentos anos antes da reforma protestante, que a sua máxima ofensa foi que eram a verdadeira igreia de Cristo e a única verdadeira igreja a quem foram dadas as ordenanças, que ensinou que ninguém tinha o direito de administrar o batismo e por a mesa do Senhor senão eles.