domingo, 6 de novembro de 2011

17.28. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.

CAPÍTULO 4 - O ADMINISTRANTE E A IGREJA APOSTÓLICA
Vimos como Cristo pôs ênfase no administrante, andando cem quilômetros até João, o Batista, para ser batizado; como mais tarde o fez também por confiar a ordenança aos Seus discípulos. João 3:22 diz: “Depois disto foi Jesus com seus discípulos para terra da Judéia; e estava ali com eles, e batizava”. João 4:2 reza: “(Ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos”. Estas duas passagens não são contraditórias: dão-se para enfatizarem como Jesus confiou a ordenança do batismo aos Seus discípulos, dando-lhes autoridade para batizarem. O mesmo fato que Ele deu esta autoridade aos Seus discípulos infere que aqueles que não eram Seus discípulos não tiveram a autoridade e, se não tiveram a autoridade de Cristo, como podiam batizar? Outra vez, quando Cristo deu aos Seus discípulos a grande comissão, nela achamos o mandamento para batizar. Esse mandamento implica que os que não eram discípulos não tiveram a autoridade para batizar e, portanto, o seu batismo não é batismo válido. A questão toda de Imersão Estranha é uma questão de autoridade. Um oficial da lei em virtude do seu ofício, tem o direito e o dever de fazer certas coisas. O delegado de polícia tem o direito de prender um homem ou a qualquer a quem ele delegue poderes. Isto vem em virtude do seu ofício. Agora, a igreja que Jesus edificou teve a si cometida duas ordenanças por Cristo, o batismo e a Ceia do Senhor. Se Ele deu estas ordenanças a Sua igreja, não a deu a qualquer organização fora e além de Sua igreja que, quando presuma batizar ou administrar a Ceia do Senhor, está agindo sem autoridade e, portanto, o seu ato é inválido. Em todos os dias apostólicos não temos um só caso de imersão estranha. A razão disto é simples. Os crentes todos pertenciam a um corpo, a igreja de Cristo. Não foi senão duzentos anos depois do nascimento de Cristo que a questão de imersão estranha surgiu, quando também heresias que causaram divisões na igreja, como veremos em o nosso próximo capítulo.
Mas, pergunta-se: “E sobre Filipe? Onde obteve ele autoridade para batizar. Os samaritanos e o eunuco?” Filipe era membro da igreja de Jerusalém e estava agindo diretamente sob o comando do Espírito Santo; logo, o seu batismo era regular.
E outra vez, alguém mais pergunta: “E sobre o batismo do centurião?” É este um outro caso de batismo regular, pois Pedro também estava agindo sob o comando direto do Espírito Santo e ele também levou consigo irmãos de Jope e quando o centurião se converteu, Pedro pôs a votos a questão do seu batismo, dizendo: “Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo?” Atos 10:47. E sobre o batismo de Paulo? É um outro caso de batismo regular. Ananias estava agindo diretamente por ordem de Jesus. Ouvi as Escrituras.
“E havia em Damasco um certo discípulo chamado Ananias; e disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E ele respondeu: Eis me aqui, Senhor. E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai a rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; eis que ele está orando; e Ananias foi e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, enviou-me, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado". Atos 9:10-11, 17-19.
Notareis que era um discípulo de Jesus, esse Ananias, e por Jesus foi enviado para batizar a Paulo. E é sempre assim na Palavra de Deus: ninguém batiza sem autoridade divina, dada por Cristo, ou pelo Espírito Santo, ou pela Igreja que Jesus edificou. Pode alguém, dizer que Filipe, ou Pedro, ou Ananias não tiveram a autoridade para batizar quando a autoridade lhes foi diretamente dada por Deus por meio do Espírito Santo ou Cristo mesmo? Por outro lado, pode alguém pretender porque eles se deram autoridade, qualquer um que apareça dizendo-se autorizado, dela se reveste e pode administrar batismo válido? José Smith, da seita dos mórmons, reclama-a. Reconhecê-lo-emos? Outros que iniciaram igrejas assim chamadas reclamam-na. Reconheceremos sua pretensão? Roma apóstata reclamou-a por causa dessa pretensão, em consecução dela, lançou a morte a mais de um milhão de anabatistas que lhe negaram a demanda.
Cremos que José Smith teve tanto direito de começar uma igreja e administrar as ordenanças como os católicos, ou como quaisquer das várias corporações protestantes que se originaram dos Católicos e obtiveram o seu batismo dos católicos. Os remotos, maçons, cavalheiros de Pitas têm tanto direito de batizar como qualquer corporação que não for a igreja de Cristo.
Outra vez, quando admitimos que eles são uma igreja de Cristo, eles não só têm o direito de batizarem senão também o de administrarem a Ceia do Senhor e fazerem qualquer coisa mais que a igreja de Cristo tem autoridade para fazer.
Leitor, credes que a igreja mórmon com toda a sua heresia é uma igreja de Jesus Cristo e que Cristo deu a José Smith a autoridade de batizar assim pondo sua aprovação na fé mórmon e sua poligamia? Mas, se negais a José Smith o direito à sua heresia, que fareis a todos os outros com suas heresias, tais como pedobatismo, salvação batismal e pretendendo que a igreja é maior do que a Palavra de Deus, que tinham o direito de mudar a Palavra de Deus ao seu talante e conveniência, que através dos séculos têm negado liberdade de consciência e o direito de se adorar a Deus como a consciência ditou, que, por causa da fé alheia, passou à espada e queimou na pira todos quantos reclamaram o direito de adorar a Deus segundo sua própria consciência?
“Vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlata, cheia de nomes de blasfêmias, tinha sete cabeças e dez chifres. E a mulher estava vestida de púrpura e escarlata, e adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas; tendo na sua mão um cálice de ouro cheio de abominações e da imundícia da sua prostituição; e na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra”. Apocalipse 17:3-5.
“E vi a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração". Apocalipse 17:6.
“Aqui o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está sentada. E são também sete reis; …”. Apocalipse 17:9-10.
“Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis”. Apocalipse 17:14. Pensais que a esta mulher deu Cristo a autoridade para administrar o Seu batismo e pôr Sua mesa e levar avante Sua obra, a ela, trajada de escarlata, com a taça de ouro na sua mão cheia das abominações e imundícias de sua fornicação, que faz guerra ao Cordeiro?
O Dr. A. C. Dayton apresentou bem o argumento segundo esta moda: “Será concedido que o que quer que a Palavra de Deus disse das primeiras igrejas foi intencionado para nossa instrução. O que teria sido errado elas fazerem em vista dos ensinos de Cristo e dos apóstolos é errado nos fazermos como as igrejas de Cristo. Suponhamos, então, ter surgido este caso no tempo dos apóstolos e vejamos se não podemos achar algumas regras gerais firmadas pelas quais dito caso deve ser decidido de uma vez e facilmente”.
Essas primeiras igrejas, cremos, eram igrejas batistas, quer a respeito de sua organização como de suas doutrinas e suas ordenanças. Suponhamos agora que algum pregador entre elas tivesse principiado logo a aspergir crianças e insistir que isso foi o batismo que Cristo ordenou, que deixar de o fazer era um sinal contra Deus. Que instrução acharia a igreja na Palavra concernente a tal homem?
Não virariam para II Tessalonicenses 3:6: “Mandamo-vos, porém, irmãos, em o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu”. E para Romanos 16.17: “E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissenções e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles”. Que dever isto impõe a igreja? Não deve ela lançar fora de sua companhia a um tal? Não deve ela destituí-lo, a ele e aos seus atos oficiais? Sim! Se ele for um irmão, um membro da igreja batista e assim não ensinar, ela deve depô-lo do seu ministério e excluí-lo de sua comunhão. Nenhum batista duvida disto. Mas, agora, suponde que ele ajunta um bando dessa gente, aspergida em lugar de batizada quando eram criancinhas, e o organiza em sociedade e o chama igreja de Cristo, pela autoridade do bando, como seu ministro, pretenda conferir a ordenança do batismo aos crentes em nome de Cristo, e então insista que as igrejas que não podiam comungar com ele ou coonestar suas doutrinas, as igrejas que o tinham deposto e excomungado, reconheçam como legal e escriturística sua administração oficial das ordenanças de Cristo. A mesma lei que o repudiou e condenou como irmão, treplicadamente não o condenaria como líder de uma outra organização rival? Certamente, o que a igreja não pode tolerar num irmão não pode endossar e receber dele como estrangeiro! Nenhum homem de bom senso, que arrazoe sobre matérias religiosas da mesma maneira que sobre outras coisas jamais sonharia fazê-lo. Se as Escrituras o requeressem, nos teríamos julgado a Bíblia um livro estranho e contraditório.
No capítulo seguinte mostraremos como a igreja post-apostólica considerou esta matéria e como a igreja de Cristo continuou a considerá-la durante mil e trezentos anos até a reforma protestante e mesmo até a presente época. Estavam nossos pais enganados sobre a matéria, para batalharem pela fé uma vez entregue aos santos, ainda mesmo certos de tremendas perseguições que padeceram através dos séculos? “Foram apedrejados, serrados ao meio, tentados, mortos a espada; peregrinaram em pelos de carneiro e bodes, sendo desamparados, aflitos e atormentados; (dos quais o mundo não era digno): errantes pelos desertos e montes, covas e cavernas da terra. E todos estes, tendo testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que sem nós não fossem aperfeiçoados.