sábado, 12 de novembro de 2011

17.34. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.

CAPÍTULO 9 - OS ANABATISTAS
Nos capítulos precedentes traçamos a origem e mostramos a crença de um número de seitas, todos séculos afora, que se opuseram as corrupções da Igreja Católica Romana e que insistiram em batizar a todos quantos lhe vinham, porque não pensaram em qualquer outra fora da igreja apostólica tinha o direito de batizar.
Há muitas outras seitas que não mencionamos, que tinham as mesmas características, mas não eram tão grandes; entre elas estavam os Petrobrusianos, os Henricianos, os Arnoldistas, os Berengários, os Cataros, os Lolardos, os Menonitas e outras. Todas elas sustentavam idéias similares em posição as idéias corruptas e práticas da Igreja Católica.
Pensamos ser bom, contudo, somando, dar um capítulo exclusivamente aos anabatistas, para que ponhamos ênfase adicional nesta uma resistente característica dos dissidentes através de todos os séculos, a saber, sua oposição ao batismo estranho. Temos alguns fatos interessantes a submeter aos que pensam que os batistas são de origem recente e que a igreja que Jesus edificou cessou de existir durante as assim chamadas épocas trevosas.
Somos lembrados nesta conexão daquela história do Velho Testamento, de Elias, fugindo da ameaça de Jezabel ao Monte Horebe dizendo ao anjo do Senhor: “Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos; porque os filhos de Israel desprezaram teu concerto, derrubaram teus altares, a espada mataram teus profetas, e eu, mesmo eu, só fiquei e a mim procuraram para tirarem-me a vida”. Deus fê-lo levantar-se sobre o monte diante do Senhor, enquanto um grande vento partiu as montanhas e fez em pedações as penhas diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Veio então o terremoto e os fundamentos das montanhas se abalaram e a terra bocejou como para engolir todas as coisas vivas, mas o Senhor não estava no terremoto. Então um fogo, crepitante, abrazador, queimando as florestas, as chamas emiscuindo-se pelos arbustos e saltando ao céu em línguas rubras; mas o Senhor não estava no fogo. Veio então uma voz suave, discreta e Deus disse a Elias que tinha sete mil dos quais o profeta não sabia, que não se tinham ajoelhado diante de Baal.
Que lição para os batistas modernos. Deus tem Suas hostes em todos os tempos. Não precisamos de temer. O que precisamos de fazer é cingirmo-nos de novo e com a fé de nossos pais sairmos a possuir nossas possessões, tomando este mundo para Cristo sob os estandartes da igreja que Jesus edificou e com a Sua promessa que estará conosco até o fim do mundo.
“O Filho de Deus saiu para a guerra,
Uma coroa real ganhar,
O Seu pendão carmezim farfalha além,
Quem acompanha no Seu cortejo?
Quem melhor pode beber Sua taça de amargura,
Triunfante sobre a dor,
Quem fiel carrega Sua cruz aqui,
O tal segue no Seu séquito”.
Tem havido batistas, ou anabatistas, como eram chamados depois do primeiro século desta era, em cada século da era cristã, contrários à crença de alguns que a verdadeira igreja se perdera ou cessara de existir durante a Idade Média, o que agora procedemos a mostrar.
PRIMEIRO SÉCULO
Aqui temos a igreja apostólica, que era batista, como mostramos, porque sua crença e sua prática foram idênticas às das igrejas batistas:
Só crentes foram batizados.
A imersão foi o único batismo.
Só crentes batizados vieram à mesa do Senhor.
Foi uma democracia pura.
Foi uma igreja guiada pelo Espírito Santo
Cada um desses cinco sinais da igreja de Jerusalém elaboramos previamente. Neste século os cristãos foram ativos em todas as terras. Pensa-se que depois que Filipe batizou o eunuco, Matias trabalhou na Etiópia, Marcos com Pedro e Judas pregaram no Egito e outras partes da África. Diz-se que Marcos foi martirizado pelo povo em Alexandria; que Judas pregou na Iduméia, Síria e Mesopotamia, Pedro no Ponto e na Galácia; que João na região das sete igrejas da Ásia, Mateus na Partia, Filipe e André na Cítia, Bartolomeu ao Norte e ocidente da Ásia, Simão e Judas na Pérsia, Tomás na Média e Carmania, Paulo na Gália (França), Espanha e Ilírico, Tito na Dalmácia, Pudens e Cláudia nas ilhas britâtnicas e especialmente em Gales.
“Portanto, os que foramn espalhados iam por toda a parte pregando a Palavra”.
“E a mão do Senhor estava com eles e grande número creu e converteu-se ao Senhor”.
“Assim crescia poderosamente a Palavra do Senhor e prevalecia. E os discípulos encheram-se de gozo e do Espírito Santo”.
SEGUNDO SÉCULO
As igrejas cristãs deste século estavam unidas só pelos laços da fé e do amor. Independência e igualdade formaram a base de sua constituição interna e elas de todo modo corresponderam às igrejas da fé batista na admissão de membros ou exclusão de ofensores. Não havia ensino de salvação batismal, conquanto ele começasse a mostrar a cabeça no fim deste século; nada de batismo infantil, nada de respingamento em vez de batismo; nada de ordens no ministério, nem hierarquia eclesiástica. Em testemunho disso, encaminhamos o leitor a Orchard, Gibbon, Mosheim, Wall e Bingham, os quais escreveram histórias que abarcam este período.
TERCEIRO SÉCULO
Neste século começa o impulso na direção de Roma, daí o princípio da controvérsia sobre batismo estranho e a corrupção na igreja. Tertuliano, um dos patrologos post-apostólicos, opõem-se a tal batismo no princípio deste século. Por causa da importância de sua afirmação já por nós citada em prévio capítulo, tornamos a liberdade de a repetirmos a modo de ênfase: “Os heréticos não têm comunhão nesta nossa disciplina, logo o seu batismo não é um com o nosso também, porque não é o mesmo: um batismo que eles não tem devidamente, não o tem absolutamente”.
As igrejas plantadas por Paulo ficaram como uma unidade contra a imersão estranha até 250 A. D. Eusébio, livro 7, capítulo 5.
Neander, ao falar da divisão na igreja neste tempo, diz: “Mas aqui outra vez, foi um bispo romano, Estevam, que instigado pelo espírito de arrogância eclesiástica, dominação e zelo, sem conhecimento, ligou a este ponto de disputa, uma importância dominante. Daí, para o fim do ano 253, lavrou uma sentença de excomunhão contra os bispos (pastores) da Ásia Menor, Capadócia, Galácia e Cilícia, estigmatizando-os como anabatistas, um nome, contudo, que eles podiam afirmar que não mereceram por seus princípios; porque não era seu desejo administrar um segundo batismo aqueles que já tinham sido batizados, mas disputavam que o prévio batismo dado por hereges não podia ser reconhecido como verdadeiro. Isto induziu Cipriano, o bispo (pastor) a propor o ponto para discussão em dois sínodos reunidos em Cartago no ano 225 A D., um composto de dezoito, outro de setenta e um bispos (pastores), ambas as assembléias declarando-se a favor das ideias de Cipriano, a saber, que o batismo de heréticos não devia ser considerado como válido”. Neander, Vol. I, pg. 318. Outra vez na Constituição Apostólica dada nos patrólogos anti-nicenos, temos esta afirmação: “Do mesmo modo contentai-vos com um batismo só, aquele que é na morte do Senhor; não o que é conferido por ímpios hereges”. Vol. 1. pg. 456.