quarta-feira, 23 de novembro de 2011

17.45. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.
CAPÍTULO 15 - OS BATISTAS DO TENNESSEE
Os Batistas do Tennessee merecem menção especial, porque aqui viveu e trabalhou durante a última metade do século dezenove aquele sublime e distinto caráter, igual ao qual outro não se tem visto na História Batista Americana e muito duvidamos que se veja outra vez. Referimo-nos ao Ancião J. R. Graves, mestre, Editor, autor e pregador.
J. R. Graves nasceu em Chester, Vermont, a 10 de abril de 1820, e, por causa da morte prematura do seu pai, foi sua mãe deixada viúva com pequenos recursos; seus primeiros anos esvairam-se em régida disciplina na luta contra a pobreza. Converteu-se na idade de 15 anos e uniu-se a Igreja Batista de Springfield do Norte. Lecionou dois anos na Academia de Kingsville, Ohio, e então foi para Kentucky, onde tornou o encargo da Academia de Clear Creek, perto de Nicholasville. Durante quatro anos deu seis horas por dia à aula e oito ao estudo, atravessando um curso colegial sem um mestre. Da Bíblia fez o seu estudo principal, mas, além disto, cada ano dominou uma língua moderna.
Em 1835 mudou-se para Nashville, Tennessee, onde abriu uma escola conhecida por The Vine Street Classical and Mathematical Academy. No mesmo ano tornou-se pastor da Segunda Igreja Batista dessa cidade. Enquanto pastor desta igreja, tornou-se editor do Tennessee Baptist e cotinuou a publicar este jornal durante uns quarenta e cinco anos. Como redator era revelante e exerceu uma tremenda influência. “Tres vezes armado é o que tem seu pleito justo”. J. R. Graves teve uma causa justa a defender e ele a defendeu com uma lógica que foi irresistível. Homens como o Dr. Bright, do New York Baptist Examiner deu de mão a velhas falácias e aceitou a verdade como Graves a defendeu. O Tennessee Baptist numa ocasião teve a maior circulação de qualquer jornal religioso no mundo.
Ele também foi conspícuo como autor. No meio dos seus hercúleos labores escreveu uma quantidade de livros abarcando as maiores discussões polêmicas do século, havendo, nesse sentido, “gigantes naqueles dias”. Eis aqui uma lista de alguns dos seus livros:
O Desejo De Todas As Nações.
O Trilema.
A Resposta do Guarda.
A Primeira Igreja Batista na America.
A Rodinha de Ferro.
A Roda Grande de Ferro.
A Doutrina Bíblica da Vida Mediana.
Exposição do Espiritismo Moderno.
O Velho Balisamento de Terras - Que é ele?
Exposição das Parábolas.
O Batismo de João.
Intercomunhão: Inescriturístico, Contraditório e Apenas Mau.
Sermões Denominacionais.
Além desses, ele compilou numerosos panfletos e tratados, dois hinários, reimprimiu e publicou A História do Batismo de Robinson, A História do Batismo Infantil de Wall, História dos Batistas de Orchard, Batismo de Stewart e, coroando tudo, escreveu e publicou Seven Dispensations, um capo lavoro de Teologia Sistemática. Na verdade, dele se pode dizer o que Shakespeare disse de César:
“Ó glorioso César! ainda és poderoso,
Teu espírito perambula e vibra nossas espadas
Em nosso próprio ser”.
Julius Caesar, 5:3, 94.
O seu “A Roda Grande de Ferro” moveu poderosa influência e levou não há dúivida, a Igreja Metodista a mudar o seu governo de igreja, de modo que os leigos pudessem ser admitidos a Conferência Geral. Milhares de pedobatistas passaram para os batistas como resultado de sua pena tranchante e de sua poderosa pregação.
A quem quer que tenha dúvidas sobre a questão da imersão estranha e comunhão livre, sugerimos a leitura dos seus livros. Aventuramo-nos a afirmar que, quando aquele um se acabou, se o leitor for esclarecido, não restará vestígio de suas primeiras dúvidas quanto à escrituralidade da posição dos batistas sobre essas questões.
Falamos de Graves como redator e autor, mas a sua major força foi a de pregador. No seu tempo só houve um homem que dele se aproximou no poder do púlpito e esse foi Richard Fuller. Graves era preeminentemente doutrinário, crendo que as vidas dos homens deveriam ser governadas por grandes princípios como base para grandes ações. “Salvação Pela Graça” era o tema de sua pregação. “Sangue Antes de Água”, “Cristo Antes da Igreja” foi o seu brado de guerra na sua guerra contra o romanismo, campbelismo e o batismo infantil dos pedobatistas.
Ao passo que pregava as grandes doutrinas, era também um pregador emocional; tinha tremendo poder sobre uma audiência. Num momento os ouvintes rompiam em riso, logo noutro estariam banhados em lágrimas. Há dois exemplos que ilustram o seu grande poder em pregar e que daremos.
Em Waco, Texas, estava em sessão a Convenção Batista do Sul. A casa em que se reunia a convenção estava tão inconfortavelmente ocupada que se fez a sugestão para que a pregação fosse anunciada numa das casas de culto das imediações. De acordo se anunciou que dentro de vinte minutos um proeminente pregador pregaria na Igreja Metodista. Só uns poucos foram, não bastantes para uma congregação. Um segundo pregador foi experimentado com o mesmo resultado. Por fim, o Dr. B. H. Carroll, naquele tempo pastor da Primeira Igreja em Waco, levantou-se e anunciou que o Dr. J. R. Graves pregaria dentro de dez minutos na Igreja Metodista. Houve imediatamente um reboliço e em cinco minutos o grande salão estava repleto até às portas, a casa da convenção quase vazia.
A Convenção Batista do Sul reuniu-se na Igreja Batista do Leste, Louisville, Ky., em 1857. Nessa reunião o Dr. Graves pregou sobre o texto: “O véu do templo rasgou-se em dois, de cima abaixo”. O Dr. S. H. Ford ouviu-o e descreve este sermão no “Repositório” de Fevereiro, 1900: “Depois de descrever o Santo dos Santos, o propiciatório, o dever anual do sumo sacerdote, o véu, etc., dirigiu o pensamento à subida do Calvário visto do templo, observado pelos sacerdotes, o ar trevoso, as rochas se partindo, o terremoto, fazendo o véu e o templo tremerem; então a súbita rotura do vasto véu. Foi sucinto, gráfico e tocante. Prosseguiu para mostrar que o véu fendido foi uma declaração visível e ocular que todas as formas sacerdotais e todos os impedimentos ou intervenções cerimoniais, sacrifícios e purificações foi tudo varrido pela morte de Cristo. O propiciatório foi posto à mostra. Não uma igreja, não um santo ou anjo, pessoa ou pregador, sacerdote ou ordenança, absolutamente ninguém interveio entre a alma contrita e o trono da graça, o propiciatório aspergido de sangue.
“O escritor não tomou nota, mas os seus efeitos foram duradouros. A única vez na sua retentiva em que o seu cabelo pareceu levantar-se atualmente na sua cabeça foi quando ouviu esse sermão. Foi poderoso, positivamente. Graves encerrou numa explosão de eloquência. Pausando, aparentemente sobrecarregado com suas emoções, ou carecendo de palavras com que expressá-las, de mãos erguidas, erguidos olhos, ele exclamou:
“O tu, bendito propiciatório! Escondido através dos séculos pela nuvem de pecado, o véu da ira, o caminho para o lugar santo está aberto, a glória que te coroa pode ser aproximada e obtida a bênção. Ouço a voz do Eterno provinda dos mistérios recessos, dizendo: Vinde a Mim, não o anjo ou santo, ou sacerdote, ou pregador, ou igreja, ou ordenança, vinde a Mim e sede salvos, vós, todos os confins da terra, e, Ó Cordeiro de Deus, eu venho, eu venho!”
“O sermão foi ouvido pelos maiores homens na convenção, tais como Boyce, Jeter, Burrows, Howell, Manly e outros, que disseram ser o melhor jamais pregado aos seus ouvidos”.
A 26 de junho de 1893 o Dr. Graves dormiu. Sua posição sobre o batismo e a imersão estranha foi claramente exposta em muitos dos seus sermões e publicações.
No seu sermão sobre o batismo ele diz: “Agora, que o batismo cristão tem sido e ainda é considerado como o ato da parte do professando a fé da igreja batizante, se verdadeiro ou falso, está provado pelo fato que, do terceiro século em diante, os catecúmenos, aqueles sob instrução para o batismo, requeria-se-lhes repetir o credo da igreja e então fazia-se-lhes invariavelmente a pergunta: “Quereis ser batizado nesta fé?” isto é: “Desejais professar aquilo a que vos prendeis, receber e para vossa salvação descansar sobre ela?” Só pela resposta do candidato: “Quero” é que o batismo era administrado. O sujeito do batismo, então, não professa qualquer fé particular que ele possa entreter, mas sempre a fé da denominação que o batiza”.
Inquiramos agora em que batiza a Igreja Cristã dos Discípulos. Diz o Sr. Alexandre Campbell: “Por e pelo ato do batismo, logo que nossos corpos são postos sob a água, nesse mesmo instante todos os nossos primeiros ou velhos pecados se lavam”. Christian baptism, pg. 100.
“A crença deste testemunho é o que nos impele para água, sabendo que a eficácia do Seu sangue é para ser comunicada as nossas consciências no modo que Deus se agradou indicar. Não vacilemos na promessa, mas fugimos para a sagrada ordenança que trouxe o sangue de Jesus em contato com as nossas consciências. Sem saber e crer isto e nisto, a imersão é uma noz quebrada: lá está a casca, mas o miolo está faltando”. Ob. cit, pg. 521.
“Os discípulos da Igreja Cristã, dos Discípulos, portanto, unem-se com os mestres de um cristianismo apóstata em colocarem a água antes do sangue, trazendo assim um pecador não perdoado e não regenerado ao batismo dágua como o sacramento da salvação. Seguramente nenhuma igreja de Cristo pode endossar esta doutrina perniciosa por receber os imergidos por católicos ou “discípulos” como escrituristicamente batizados sem que ela mesma rejeite a fé evangélica”.
Tais são a entrega e o ultimatum de J. R. Graves sobre o assunto da imersão alheia. Estiveram os batistas do Tennessee de acordo com esta idéia do Dr. Graves sobre o assunto do batismo? Examinemos os arquivos.
A Associação de Salem, em 1844, adotou o seguinte: “Ao passo que a Associação Freedom de Kentucky propôs uma correspondência conosco; resolvido, portanto, que mandemos uma carta amistosa e delegados para os informar que estamos prontos em nos correspondermos com eles, provido que corrijam o erro de uma de suas igrejas de receberem na sua comunhão membros que foram imergidos por administradores desautorizados”.
Outra vez, em 1850, a mesma Associação de Salem adotou o seguinte: “Resolvido que as igrejas sejam avisadas a não receberem aqueles senão os que tiverem sido batizados por profissão de sua fé em Cristo por um administrador legal; que consideramos legal só o que age sob a autoridade de uma igreja batista regular organizada segundo o modelo do Evangelho”.
O leitor notará que a primeira ação desta Associação foi tomada um ano antes da vinda do Dr. Graves ao Tennessee de modo que os batistas do Tennessee eram sãos mesmo antes de sua vinda, não podendo ele ser acusado de influenciá-los em contrário à sua prévia fé.
A Associação Western District foi constituída em 1823. No artigo XII de sua constituição acha-se o seguinte: “Ninguém senão quem tenha sido batizado por um ministro batista regularmente ordenado tem o direito à fraternidade ou comunhão da igreja”.
O ancião James Whitsitt foi o avô do falecido Dr. William Whitsitt, do Seminário de Louisville. Foi considerado como o historiador dos batistas antigos do Tennessee. Morreu em idade avançada e logo antes de morrer, aí por 1848, escreveu um hábil trabalho sobre a imersão estranha para a Southern Baptist Review. Entre outras coisas, disse: “Objetamos ao recebimento do batismo de pedobatistas, porque o achamos uma inovação perigosa. Não nos lembramos de a história dos batistas fornecer um exemplo de tal espécie e estamos bem seguros que o senso comum e a piedade dos batistas foram tão fortes há um século como são agora.
Esta questão que temos perante nós deve ser uma recém-vinda. Esperamos que não será muito obstrusiva. Dizemos outra vez, pensamos que esta é uma inovação perigosa”.
Assim este grande e piedoso historiador batista do Tennessee diz que não havia exemplo dela na história batista e que era perigosa inovação. Ele escreveu e estava pronto para morrer quando J. R. Graves veio ao Tennessee, de modo que o Dr. Graves não pode ser acusado das convicções dele, antes tornou o manto do defensor da fé caído dos seus ombros quando ele passou à glória, Ilustrado e honrado Tennessee, ter tido dois homens tais como o Dr. J. R. Graves e o Ancião James Whitsitt habitando dentro de suas lindes e passando a espada da verdade de mão em mão!
“E quando a bárbara morte destruidora,
Conspirante aguarda no meio do meu caminho,
Engano-a com um torrão, um fôlego, E passo a espada de mão em mão”.