terça-feira, 8 de novembro de 2011

17.30. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.

CAPÍTULO 5 - HERESIAS POST-APOSTÓLICAS
Antes de tornar as várias seitas espalhadas em diferentes países, levando nomes diferentes, mas todas aderindo àquele um princípio, oposição a batismo estranho, podia ser bom dar um capítulo às doutrinas heréticas do terceiro século que levaram à controvérsia sobre imersão estranha.
Estamos certos de que o leitor gostaria de saber o que foram essas heresias e nós faremos o mais possível para o esclarecer, conquanto haja muita obscuridade a respeito desta matéria na história e o testemunho a ela concernente é mais ou menos fragmentário.
Diremos, contudo, de início, o que já dissemos (e o que não pode ser dito demais) que não foi o batismo infantil e não foi a aspersão. Em outras palavras, ela não se apegou à qualificação do candidato, nem ao modo de batismo, sobre o qual alguns de nossos líderes batistas têm tanto a dizer hoje, mas à questão de autoridade, ou à justeza do administrante. Essas igrejas post-apostólicas recusaram receber de outras igrejas assim chamadas os que por elas tinham sido batizados, se as consideraram (as igrejas) como tendo desertado da fé. Quais foram as heresias a que elas fizeram objeção?
Uma delas, é estranho dizer, foi a heresia de quase todas as seitas hoje, salvação batismal. Logo no terceiro século esta doutrina ruinosa começou de invadir as igrejas post-apostólicas. Ela tornou-se matéria de disputa entre os patrólogos ante-nicenos.
Tertuliano, que viveu de 145 a 220 A. D., ensina a salvação antes do batismo. Ao falar da igreja lidando com crianças, diz: “Os que por seu ofício sabem que o batismo não é para ser administrado estabanadamente, deixai-as (as crianças) tornarem-se cristãs quando elas chegarem a poder conhecer a Cristo”. Vol. III, pgs. 677 e 678.
Cipriano, pelo contrário, que viveu um pouco mais tarde, mas contemporâneo de Tertuliano durante o final de sua vida, afirmou que o segundo nascimento está no batismo. Vol. IV, pg. 388.
O Dr. J. T. Christian, na sua história deste período, diz: “O ponto de partida teve, provavelmente, sua maior expressão na salvação batismal e a tendência de algumas igrejas para o episcopado, fora da simplicidade democrática”. História dos Batistas, pg. 27.
E outra vez O Dr. Christian diz: “Um dos erros mais antigos e prejudicialíssimos foi o dogma da regeneração batismal. Este erro corrompeu de uma forma ou outra a vida e coloriu a história de todos os séculos cristãos. Começou cedo e o vírus pode ser traçado até este dia, não entre os ritualistas, mas de igual modo nos padrões dos cristãos evangélicos. Por ele foi Tertuliano levantado para opor-se ao batismo infantil e sob outras condições veio a ser a origem dessa heresia”. Pg. 28.
Neste período o Dr. Christian se refere à tendência de algumas igrejas para o episcopado e fora da simplicidade democrática. A este respeito diz Orchard na sua História dos Batistas: “O oficial primeiramente conhecido pelo nome de ancião, bispo ou presbítero (termos exatamente sinônimos em o Novo Testamento) veio a ser agora diferenciado pela elevação do bispo acima dos seus irmãos e cada um dos termos supra foi transferido para uma distinção de lugares na igreja cristã. O ministro, cuja congregação aumentou dos suburbios de sua cidade e da visinhança em redor, considerava as partes das quais o seu cargo emanou, como territórios de sua autoridade, e todos aqueles presbíteros eram enviados por ele às estações imediatas para dirigirem os cultos vespertinos ou outros serviços, reconhecendo o pastor do interesse matriarcal, como bispo do distrito esta ideia de pastor, ligado com o seu encargo do batistério, deu importância a sua estação e ofício os quais vincularam um mal.
“Associações de ministros e igrejas, as quais primeiro se formaram na Grécia, tornaram-se comuns por todo o império. Essas uniões mútuas para direção de negócios espirituais, levaram à escolha de um presidente, o que ajudou na distinção entre ministros da religião. Nesses tempos degenerescentes os homens ambiciosos viram-se em variadas alturas, consequentemente, seguiram-se ciúmes, ambições e atritos com toda a obra má. Tendo o ministro o maior interesse cristão sob sua superintendência, outro cuja utilidade no interesse cristão tem sido evidente e um terceiro cujos talentos populares declamatórios o ergueram à aprovação geral, levaram a distinções e estações superiores que por fim investiram o ministro metropolitano. Lugares de distinção a que ministros eram elegíveis, promoveram os ambiciosos ao uso de todo pretexto para ganharem a posição ascendente; e toda parte da Palavra de Deus com todo exemplo escriturístico para sustentarem tais distinções e procedimentos foram citados, fomentados e praticados”.
Diz o historiador Mosheim:
“Os bispos (pastores) aspiravam agora a maiores graus de poder e autoridade do que possuíam antes: não só violavam os direitos do povo como fizeram um arrocho gradual aos privilégios dos presbíteros para que pudessem cobrir suas usurpações com ar de iustiça e aparência de razão, publicaram novas doutrinas tocantes à natureza da igreja e da dignidade episcopal. Um dos principais autores desta mudança no goveno da igreja foi Cipriano, bispo de Cartago, que pugnou pelo poder dos bispos com mais zelo e veemência do que jamais fora empregado nessa causa. A mudança na forma de governo logo se seguiu de um cortejo de vícios que desonraram o caráter e a autoridade daqueles a quem a administração da igreja estava cometida. Porque, conquanto diversos ainda continuaram a exibir ao mundo ilustres exemplos da primitiva piedade e virtude cristãs, muitos outros se afundaram na luxúria e voluptuosidade, inchados de vaidade, arrogância e ambição, possuídos de um espírito de contenção e discórdia, dados a outros vícios que lançaram uma imerecida censura sobre a santa religião, da qual eles eram professantes e ministros indignos.
Os bispos assumiram em muitos lugares principesca autoridade, principalmente aqueles que tinham maior número de igrejas sob sua jurisdição e que presidiam as mais opulentas assembleias. Às suas funções evangélicas agregavam as explêndidas insígnias de majestade imperial. Um trono cercado de ministros exaltado sobre seus iguais era o servo do manso e humilde Jesus; trajos suntuosos ofuscavam a vista e a mente da multidão numa veneração arrogante à sua autoridade arrogante.
Os exemplos dos bispos eram ambiciosamente imitados pelos presbíteros, os quais negligenciando a santidade do seu estado, abandonavam-se a indolência e delicadeza de uma vida efeminada e luxuriosa. Os diáconos, contemplando os presbíteros na deserção de suas funções, ousadamente usurpavam seus direitos e privilégios e os efeitos de uma ambição corrupta espalharam-se por todas as camadas da ordem sagrada. Os deveres do santuário, consequentemente, devolvidos a novos oficiais, fâmulos indicados para o trahalho de bispos e presbíteros ociosos. Adicionaram-se cerimônias pelos bispos para agradarem à multidão ou aos possuidores imediatos do poder, prevalecendo uma disposição para acomodar a religião de Jesus ao gosto dos pagãos”. Vol. II, pag. 286.
Contrasta com este quadro de uma igreja corrompida aquele de uma igreia pura a nós dado na Epístola e Diogneto, escrita no segundo século: “Os cristãos não se distinguem de outros homens por país, por língua, nem por instituições civís, pois por si mesmos não moram nem em cidades, nem usam uma língua peculiar, nem levam um modo singular de vida: moram na Grécia ou nas cidades bárbaras, conforme for o caso. Seguem. os cosrtumes do país na alimentação, vestidos e outros negócios da vida; todavia, apresentam uma conduta admirável e confessadamente paradoxal. Habitam na sua terra própria e nativa, mas como estrangeiros. Em tudo tomam parte como cidadãos. Sofrem tudo, mas como estrangeiros. Cada país estrangeiro é uma pátria para eles e cada terra nativa é estranha.
“Casam como todosoas outros, tem filhos, mas não renegam sua prole. Tem sua mesa em comum, mas não esposas (em comum). Estão na carne, mas não vivem segundo a carne. Vivem sobre a terra, mas são cidadãos do céu. Obedecem as leis vigentes e pelas suas vidas excedem as leis. Amam a todos e por todos são perseguidos. São desconhecidos e contudo são condenados. São mortos e feitos vivos. São pobres e enriquecem a muitos. Falta-lhes tudo e em tudo abundam. São repreendidos e se gloriam nas repreensões. São caluniados e são justificados. São amaldiçoadas e bendizem. Recebem escárnio e dão honra. Fazem a bem e são punidos como malfeitores. Quando punidos, regozijam-se como sendo feitos vivos”.
“São atacados pelos judeus como estranhos e perseguidos pelos gregos, não podendo os seus inimigos dizerem a causa da inimizade. Em suma, o que a alma é para o corpo, assim os cristãos no mundo. Está a alma difusa por todos. Os membros do corpo e os cristãos estão espalhados pelas cidades do mundo. A alma habita o corpo, mas não é o corpo, assim os cristãos residem no mundo, mas não são do mundo. A alma, invisível, vigia o corpo visível; assim também os cristãos se vêem vivendo no mundo, porque sua piedade é invisível. A carne odeia e guerreia contra a alma, não padecendo dano dela mas porque resiste prazeres carnais; e o mundo odeia o cristão sem razão, mas eles resistem a seus prazeres.
“A alma ama a carne e os membros, pela qual é odiada, assim os cristãos amam seus odiadores. Fechada está a alma no corpo, mas sustenta o corpo unido; assim os cristãos estão detidos no mundo como uma prisão, mas contém o mundo. Imortal, a alma mora no corpo mortal assim. Os cristãos moram no corruptível, mas procuram, a incorrupção no céu. A alma é a melhor para a restrição de comida e bebida e os cristãos aumentam ainda que punidos diariamente. Esta porção Deus designou aos cristãos no mundo e deles não pode ser tirada”.
O Pastor de Hermas escreveu como segue a respeito da crescente corrupção nas igrejas post-apostólicas: “Os costumes mundanizaram-se, relaxou-se a disciplina, a igreja é uma velha enferma, incapaz de ficar nos seus pés; regentes e regidos definham-se todos e muitos entre eles são corruptos, cobiçosos, esganados, hipócritas, rixentos, falsos, blasfemos, libertinos, espias, renegados e cismáticos. Mestres dignos não faltam, mas há também tantos falsos profetas, vãos, cúpidos pelas primeiras sés, para os quais a maior coisa na vida não é prática da piedade e da justiça senão a luta para o posto de comando. Agora o dia da ira está perto a punição será temível; o Senhor dará a cada um segundo as suas obras”. Quando lemos este contraste, seguramente, quando consideramos que já na igreja estava crescendo a doutrina da regeneração batismal, que é hoje a maldição da corporação Católica Romana, e de quase todas, senão todas, as corporações pedobatistas, é qualquer maravilha que as igrejas primitivas, ardendo na fé e no zelo de Cristo, recusassem receber dessas corporações apóstatas os comungantes sem batizá-los, sustentando, como sustentaram, que o batismo não é só a expressão da fé do candidato, mas, mais particularmente, uma expressão da fé da corporação que administra o batismo?