quarta-feira, 2 de novembro de 2011

17.24. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.

CAPÍTULO 3 – UM ADMINISTRANTE APROPRIADO
Desde que o assunto Imersão Estranha tem que ver com o administrante do batismo, justo é que devotemos o resto do livro à história dessa questão. É uma questão de autoridade. Quem tem o direito de batizar? Qualquer um? Quando Deus estabeleceu a ordenança, definiu o candidato, o ato, o desígnio, definiu também o administrante, ou deixou isso aberto a qualquer que desejasse executar o rito? Teria sido um procedimento estranho, se Ele não tivesse nenhuma provisão para quem devera celebrar o batismo.
Sobre este quarto elemento do batismo, são as Escrituras apenas tão plenas e explícitas como sobre os outros três elementos.
Vimos como foi Cristo enfatizado quando Ele andou cem quilômetros (sessenta milhas) para chegar a João, o qual foi enviado de Deus para batizar. E outra vez, Cristo o enfatizou quando perguntou aos principais dos sacerdotes e aos anciãos do povo: “O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens?” Mateus 21:25. E, de novo, na grande comissão, não dada a estranhos senão a discípulos, que eram membros da igreja que Ele já tinha edificado, está o mandamento para batizar. Em nenhum lugar das Escrituras encontramos uma só passagem em que qualquer um foi batizado por qualquer outro que não recebeu sua autoridade de Cristo mesmo ou da igreja que Ele edificou. Foi assim no dia de Pentecostes, assim foi de Filipe na Samaria e quando ele batizou o eunuco, foi assim de Pedro quando batizou Cornélio e sua casa, foi assim de Paulo ao ser batizado por Ananias. Se o batismo estranho está certo e próprio, onde achamos na Bíblia qualquer autoridade para tanto? Não é para ser achado. Deus é só tão cuidadoso em firmar os limites do batismo como Ele foi em definir as especificações do tabernáculo, quando Ele encarregou Moisés: “Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou”. Hebreus 8:5.
O batismo escriturístico não só deve ser administrado por quem tenha autoridade divina, a menos que essa autoridade tenha sido especialmente dada, como no caso de João Batista, essa autoridade deve residir numa igreja escriturística. Deus podia escolher hoje homens como escolheu a João e dar-lhes autoridade específica para batizar. Deus pode fazer qualquer coisa, menos que essa coisa seja contrária a Sua natureza justa. Deus não pode fazer coisa errada. Mas Deus podia selecionar um homem e dar-lhe uma revelação especial. Deus podia escolher um homem e dizer-lhe para ir batizar. Mas não cremos que Deus faça isso hoje e pensamos que seria presunção da parte de qualquer reclamar tal coisa. José Smith, fundador da igreja mórmon reclamou-o, mais também ninguém o crê senão um mórmon.
Cristo edificou Sua igreja, a ela cometeu as ordenanças e, desde esse dia, a autoridade para batizar e administrar a Ceia do Senhor reside na igreja que Jesus edificou; não em qualquer sacerdote ou pregador sobre a face da terra, mas na igreja. A menos que o batismo de alguém tenha essa autoridade, não é batismo escriturístico.
Três perguntas, portanto, levantam-se aqui: Jesus edificou uma igreja? Que é a igreja que Jesus edificou? Quando ele a edificou?
Um volume inteiro podia se escrever sobre estas três perguntas.
Primeira, então. Jesus edificou uma igreja? Em Mateus 16: 18 diz Jesus: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja.” Ele não só edificou Sua igreja senão também uma igreja triunfante, mais forte que todas as forças do inferno, que duraria para sempre, porque Ele diz; “As portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Há quem diga que durante a idade media a igreja falhou: que, devido à perseguição terrível pelos católicos romanos, a igreja ficou extinta, mas tal não é o caso. Em quase todo país da Europa milhares houve que não “curvaram o joelho a Baal” e, terminada a perseguição, vieram dos antros e cavernas da terra, rochas e aberturas das montanhas, para proclamarem de novo a fé da verdadeira igreja. Forneceremos a verdade disto quando mais tarde viermos a falar dos anabatistas.
A Segunda pergunta é: “Quando Jesus edificou Sua Igreja”? Há os que dizem, contra a autoridade escriturística, que Ele a edificou no dia de Pentecostes. Ele a construiu muito tempo antes disso. Observa que diz sobre os que se converteram no Pentecostes: “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se (acrescentaram-se) quase três mil almas”, “acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (Atos 2:41, 47). O que não poderia ter sido feito a alguma coisa que já não existisse. Em Mateus 16.18 diz Jesus: “Edificarei a minha igreja”. Em Mateus 18:17 diz: “Se não as escutar, dize-o à igreja”. De modo que quando chegamos ao capítulo décimo-oitavo de Mateus a igreja que Jesus disse que edificaria já está existindo, pois não podiam contar algo da igreja se ela não existisse.
A terceira pergunta é: “Que é a igreja que Jesus edificou?” É isto a magna pergunta. Há quem diga que, ao dizer: ”Edificarei minha igreja”, Jesus não estava falando da igreja local, visível senão da universal, invisível. Uma tal interpretação é impossível. Se houvesse uma tal coisa ensinada nas Escrituras como uma igreja universal e invisível, edificada fora muito antes de agora, ou então, que dos caracteres do Velho Testamento, não estivessem eles nela, e como podiam estar nela se ela não estivesse edificada? Repito, como podia alguém contar seus agravos a algo universal e invisível? Não, é claro, Cristo está falando da congregação local e visível. Se houver uma tal corporação como a igreja universal e invisível, ela nunca ainda se reuniu e não se reunirá até que todos os redimidos cheguem ao céu. Para compreender-se a questão do batismo estranho importante é que pensemos claramente sobre a questão da igreja. Muita de nossa confusão sobre a questão de autoridade vem do pensamento nebuloso sobre a igreja. Lançaremos, portanto, neste ponto, algumas proposições que farão clara, pensamos, a questão da igreja.