sexta-feira, 18 de novembro de 2011

17.40. Batismo do Senhor Jesus (Mt 3:13-17; Mc 1:9-11; Lc 3:21-23) Mt 3:13

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.
A Virginia foi fundada por sustentadores da Igreja de Inglaterra em 1606 e durante cento e oitenta anos, até 1786, os Batistas sofreram perseguição e não gozaram de liberdade religiosa. A carta provia: “Os presidentes, concílios e ministros proverão para que a verdadeira Palavra e serviço de Deus sejam pregados e usados segundo os ritos e doutrinas da Igreja da Inglaterra”.
O sanguinário código do 1611 exigia que homens e mulheres na colônia fossem ao pároco e dessem conta de sua fé e religião, a qual, se não satisfatória, fossem requeridos virem mais vezes a ele para instrução. Se recusassem. O governador tê-los-ia açoitados pela primeira ofensa. Por uma segunda recusa era para serem açoitados duas vezes e reconhecerem sua falta no domingo à congregação. Pela terceira ofensa era para serem açoitados todos os dias até que concordassem.
Em 1662 foi passada a seguinte lei: “Enquanto muitos cismáticos, por sua aversão à religião ortodoxa estabelecida, ou por novos conceitos de suas próprias invenções heréticas, recusam ter seus filhos batizados: Seja portanto sencionado que todas as pessoas que em desprezo do divino sacramento do batismo recusarem levar seus filhos a um ministro legal no país para os terem batizados, sejam multadas em duas mil libras de tabaco, metade ao público”.
O feroz antagonismo aos batistas na Virginia levantou a indignação tanto de James Madison como de Thomas Jefferson. Madison escreveu: “Esse princípio diabólico, de concepção infernal, de perseguição, ruge entre alguns e para sua eterna infâmia o clero pode fornecer sua quota de imposições para tais fins. Há agora no país adjacente nada menos de cinco ou seis homens bem esclarecidos em cárceres fechados por publicarem seus sentimentos religiosos, as quais, no todo, são muito ortodoxos”.
Em 1785 os Batistas apresentaram a Madison sua declaração de princípios e rogaram-lhe que ele os encorporasse num memorial à legislatura. A influência de Madison, juntamente com a de Jefferson, prevaleceu, e em 1786, Jefferson preparou e conseguiu a passagem pela Assembléia Geral de Virginia do Ato de Liberdade Religiosa, do qual uma parte é como segue: “Seja portanto sancionado pela Assembléia Geral que nenhum homem será obrigado a frequentar ou sustentar qualquer culto religioso, lugar ou ministério sejam quais forem; nem será forçado, restringindo, molestado ou onerado no seu corpo ou bens, nem sofrerá doutra maneira devido suas opiniões ou crenças; nem por seus argumentos manter suas opiniões em matérias de religião, e que as mesmas de modo algum diminuirão, alargarão, ou afetarão suas capacidades civis”.
Conquanto O Senhor Jefferson não fosse batista e, na verdade, nem crente nos eventos milagrosos recordados na vida de Jesus, estava ele profundamente impressionado e influenciado pelo espírito de democracia e liberdade religiosa que prevalecia entre os batistas.
Foi o seguinte comunicado ao Christian Watchman há quase cem anos pelo Rev. Dr. Fishback de Lexington, Kentucky: “Sr. Redator: as seguintes circunstâncias ocorridas no Estado de Virginia, relativas ao Senhor Jefferson, foram a mim pormenorizadas pelo Ancião Andrew Tribble, faz uns seis anos, o qual depois morreu quando na idade de noventa e dois ou tres anos. Os fatos podem interessar alguns dos seus leitores. Andrew era pastor de uma pequena igreja batista com reuniões mensais a pequena distância da casa do Senhor Jefferson, oito ou dez anos antes da Revolução Americana. Senhor Jefferson frequentou as reuniões da igreja várias meses em sucessão. Depois de uma delas Jefferson pediu ao Ancião Tribble para ir à sua casa e jantar com ele, com o que concordou.
O Senhor Tribble perguntou ao Senhor Jefferson se estava satisfeito com o governo da sua igreja. Jefferson respondeu que isso o tocara com grande força e muito o interessara, que considera isso a única forma de democracia pura que então existia na terra, que concluira que isso seria o melhor plano de governo para as colônias da América. Foi isto diversos anos antes da Desclaração de Independência”.
O Juiz Story, no seu tempo o mais eminente dos juristas americanos, diz: “A Roger Williams pertence a fama de estabelecer neste pais, em 1636, um código de leis em que lemos pela primeira vez, desde que o cristianismo subiu ao trono dos césares, a declaração que a consciência deverá ser livre e o homem não deveria ser punido por adorar a Deus de qualquer maneira em que ela fosse persuadida que Ele requeresse”.
Bancroft, o historiador, diz: “Roger Williams tinha então um pouco mais de trinta anos, mas sua mente já tinha maturado a doutrina que lhe assegura a imortalidade da fama, pois sua aplicação deu paz religiosa ao mundo americano”.
Gervino, o mais astuto historiador da Alemanha no seu tempo, ajunta este testemunha: “De acordo com estes princípios, Roger Williams insistiu, no Massachusetts, em conceder inteira liberdade de consciência, inteira separação da igreja e do estado. Foi, porém, obrigado a fugir e em 1636 formou em Rhode Island uma pequena e nova sociedade em que se concedia perfeita liberdade de fé e em matérias de fé e em que regulava a maioria nos negócios civis. Aqui, num pequeno estado, os princípios fundamentais de liberdade política e eclesiástica prevaleceram antes de serem ensniados em qualquer das escolas de filosofia da Europa. Naquele tempo o povo predizia apenas uma vida efêmera para estes princípios democráticos: sufrágio universal, eligibilidade universal ao ofício, mudança de regentes anualmente, perfeita liberdade religiosa e a doutrina miltoniana dos cismas. Mas estas idéias e estas formas de governo não só se mantiveram aqui, mas precisamente deste pequeno estado estenderam-se por todos os Estados Unidos, conquistaram as tendências aristocráticas na Carolina e Nova Iorque, a Alta Igreja na Virgínia, a teocracia no Massachusetts e a monarquia em toda a América. Deram leis ao continente e, formidáveis pela sua influência moral, jazem no fundo de todos os movimentos democráticos que agora estão abalando as nações da Europa”.
Revendo esta sombria história da América, somos constrangidos a perguntar: estas atrocidades tiveram lugar na América, a terra dos livres e o lar dos bravos? Somos constrangidos a fazer esta observação: que o despotismo no governo e o despotismo na religião caminham de mãos dadas, e sempre que rendemos nossa democracia no governo, rendemos nossa liberdade na religião. Testemunhem Stalin na Rússia, Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália e admoestem-se firmai com os Anabatistas, os rebatizadores dos séculos, que sempre batalharam pela democracia no governo e pela liberdade na religião.
Eles galgaram a subida íngreme ao céu
Através de perigo, luta e dor;
Ó Deus, graça nos seja dada, a nós, Para seguirmos nas suas pegadas.