sábado, 17 de setembro de 2011

16.58. Pregação de João o Batista (Mt 3:1-12; Mc 1:1-8; Lc 3:1-18) Lc 3:3,4

E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados; segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas. Lc 3:3,4.

OS DOZE DISCÍPULOS DE CRISTO CRERAM EM JOÃO.
Já vimos que em João 1:35-45 que vários, talvez todos os doze discípulos tenham sido discípulos de João o Batista. É bom relembrar o forte vínculo de continuidade entre a pregação de João e as doutrinas subsequentes do Novo Testamento. Unidade é a primeira lei da natureza; é uma lei de Deus e é também um grande princípio de hermenêutica. (Alguns chegam a extremos em “dividir” a Palavra, baseando sua dissecação na II Timóteo 2:15, “maneja bem a palavra da verdade”. Mas esta palavra orthotomounta significa cortar ou traçar, como uma nova estrada (Weymouth). João o Batista preparou uma nova estrada tão plana e reta que até mesmo Cristo pode passar por ela, quanto mais os Seus discípulos? Por vinte séculos os cristãos tem voltado para ou permanecido nesta estrada!)
Judas foi a trágica exceção à fé entre os doze discípulos. Jesus disse dele: “Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo” (Jo 6:70). Todavia, o plano divino chamou doze testemunhas para o Evangelho desde o começo e os onze restantes escolheram em uma reunião a Matias (Atos 1:15-26). Este novo apóstolo tinha estado com os onze restantes desde que Jesus começou a pregar a eles, “Começando desde o batismo de João” (v. 22). Esta passagem é importante em reabilitar o registro do Evangelho. Indica a importância de testemunhar Cristo desde os dias de João até a ascensão de Cristo.
Os doze eram testemunhas fiéis e capazes. Com Jesus eles faziam e batizavam “mais discípulos do que João (Ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos)” (Jo 4:1-2). Eles tinham aprendido a mensagem de João, eles sabiam sobre seus métodos e agora eles tinham o Mestre pregando a Si mesmo. Cristãos de hoje podem se beneficiar dos estudos da pregação de João como plano de fundo para testemunhar de Cristo.
Mas porque Cristo tomou seus discípulos longe de um bom reavivamento na Judéia e foi para a Galiléia? (João 4:3). Talvez ele não quisesse dar a impressão de competir com João pelas multidões. Foi uma mudança de cortesia, ao deixar João ter aquela área para si pelos poucos dias que restavam para ele.
Shepard (The Christ of the Gospels; p. 109) diz: “A razão fundamental pelo qual Jesus primeiro decidiu mudar a sede de Sua obra para a Galiléia foi que os fariseus estavam tramando trazer desentendimento e atrito entre os Seus discípulos e os de João”. Com dois fortes grupos de evangelistas trabalhando na Judéia, o número total de convertidos deve ter sido alto.
Esses formariam a maior parte das multidões que recepcionaram Cristo ao entrar em Jerusalém no domingo de ramos. Aqueles que afirmam que esses mesmos que recepcionaram a Jesus no domingo de ramos são os mesmos que alguns dias depois estavam contra Ele pedindo a sua crucificação cometem uma grave injustiça.
Admitidamente, alguns poucos desses podem ter sido fracos e vacilantes a ponto de “virarem a casaca”, mas ainda estavam lá pessoas não convertidas em quantidade suficiente para fazer o mal orientados pelo chefe dos sacerdotes. Sempre existem pessoas de coração débil – em qualquer época. Algo casual, mas importante: a maior parte dos discípulos de Cristo era da Galileia.
Enquanto eles ministravam na Judéia provavelmente escreviam cartas para seus amados no norte, registrando muitas das palavras e ações de Cristo. Mateus acostumado a manter registros acurados, provavelmente teria notas completas sobre tudo o que Cristo disse e fez. Essas notas poderiam muito bem ser a base do primeiro Evangelho, compiladas imediatamente após a ressurreição. Não sabemos que ele escreveu o Evangelho naquela ocasião, nem que ele esperou por trinta ou mais anos. Por que ele deveria fazer isso? E por que ele devia tomar emprestado de Marcos, que não foi um dos doze, é um mistério difícil de explicar. (Para saber mais, veja Our Dependable Bible Baker Book House, Grand Rapids, Michigan).