quinta-feira, 8 de setembro de 2011

16.49. Pregação de João o Batista (Mt 3:1-12; Mc 1:1-8; Lc 3:1-18) Lc 3:3,4

E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados; segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas. Lc 3:3,4.

Como foi a preparação de João? Então anoto aqui o capítulo 4 do livro O PRIMEIRO BATISTA de Stanley E. Anderson, tradução com autorização do PBMinistries: Edmilson de Deus Teixeira, revisores: Glailson Braga, Luiz Haroldo Araújo Cardoso e Calvin G. Gardner – 02/2010Usado com permissão:
www.pbministries.org Fonte: http://www.palavraprudente.com.br/estudos/se_anderson/cap04.html

CAPÍTULO 4— PLENAMENTE PREPARADO
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“E o menino crescia, e se robustecia em espírito. E esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel”. Lucas 1:80
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O último versículo deste longo capítulo do Evangelho de Lucas é surpreendentemente similar ao versículo sobre a infância de Jesus (Lc 2:40). Como é apropriado, é dito mais sobre Jesus do que sobre João. A história de Jesus aos doze anos no templo não tem paralelo com a de João. Mas como o menino João cresceu e como se tornou forte de espírito e quem foram os seus professores e o que ele estudou durante todos esses anos? Ele teve crescimento físico como qualquer menino normal. O alimento em sua casa seria o melhor possível. Emil Shurer em sua “Grande História do Povo Judeu na Época de Jesus Cristo”, II, 1, pg 230, escreveu: “O sustento que os sacerdotes recebiam do povo para sua subsistência estavam abaixo do necessário para o tempo de serviço no templo, de uma muito modesta porção e certamente de um tipo precário. Mas subsequente a este último período, a maior parte deles foi aumentada em sua medida. Este fato nos capacita a ver em uma maneira admirável e peculiar que houve um grande aumento do poder e influência da classe sacerdotal”. O menino João tornou-se forte em espírito porque ele foi continuamente cheio do Espírito Santo. Além disso, seus pais também eram cheios do Espírito Santo e eles incutiram o seu melhor em seu próprio filho. E sobre este santo lar o Pai celestial estava velando, preparando João para sua única missão.

QUEM FOI O PROFESSOR DE JOÃO O BATISTA?

“A primeira educação foi necessariamente da mãe”, escreveu Alfred Ederchein em “A Vida e a época de Jesus, o Messias”, volume 1, pg. 288. Desse modo, o pequeno (do grego brephous, bebê) Timóteo conhecia “as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (II Tm 3:15). Esta “fé não fingida” Paulo disse a Timóteo “a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (I Tm 1:15). “De fato não era sem motivo que os judeus “eram desde as fraldas... treinados para reconhecerem a Deus como seu Pai e como Criador do mundo; que tendo recebido o conhecimento (da lei) desde a tenra infância, eles levavam em suas almas a imagem dos mandamentos”, escreveu Ederchein citando Filo e Josefo. Quando João foi capaz de falar começou a ser instruído sobre o Antigo Testamento com a memorização de versículos. Seu “texto especial de aniversário” seria um de acordo com o costume judeu daquela época que tinha no começo ou no fim as mesmas letras que as de seu nome. Os primeiros hinos ensinados seriam os salmos. Com a idade de quatro anos Zacarias teria assumido a responsabilidade maior de ensinar ao seu filho a Torá (Pentateuco). A educação formal começou aos cinco ou seis anos, onde a Bíblia somente foi ensinada até aos dez. O primeiro livro ensinado nessa época foi Levítico. Então aos dez, a Mishna ou lei tradicional era ensinada, aos treze os mandamentos, aos quinze o Talmude com suas discussões teológicas. A casa de João tinha todos os 39 livros do Antigo Testamento, mas numerados em 22 de acordo com o sistema hebraico de contagem e combinação de livros. Estes livros estavam em rolos, escritos com os caracteres quadrados hebraicos sem marcação de vogais. Muita ênfase tinha sido colocada no treinamento de memorização de passagens na criança para que ela não dependesse de um rápido acesso a um pequeno volume conveniente tal como os disponíveis neste século atual. Zacarias certamente devotou a maior parte de seu tempo para seu jovem filho. Ele daria maior ênfase no ensino do Antigo Testamento, especialmente naquelas porções que tratam da promessa do Messias. Para Zacarias seria correto dizer a João tudo o que o anjo Gabriel lhe revelara, que sua missão principal seria preparar um povo para o Senhor. Muito tempo seria gasto em oração, quando o Espírito Santo ensinasse diretamente o significado preciso das Sagradas Escrituras. Muitos pregadores podem testificar que seus melhores sermões vem de longo tempo de oração.
Os idosos pais de João sabiam que não viveriam até ver o início do ministério público de seu filho. Isto foi a sua dor. Se é que eles tinham alguma; não obstante os pais amam acima de tudo todos os outros para verem seus filhos e filhas sendo úteis em toda boa obra. Mas desde que provavelmente não viveriam para ver seu filho João fazer a obra eles fizeram todo o possível para prepará-lo para esta monumental tarefa. Podemos saber a idade de João à época que provavelmente seus pais foram chamados para o lar celestial. Se ele tinha quinze anos ele devia com certeza ter ido morar com seus parentes (Lc 1:58-61). Se ele estava com vinte ou mais pode-se assumir que ele tenha ido para o deserto (Lc 1:80). O doutor G. Campbell Morgan em seu livro “O Evangelho Segundo Lucas” (pg. 33) escreveu: “Eu penso, sem dúvida alguma, que João foi para o deserto quando tinha vinte anos de idade. Eu penso que ele rompeu com a classe sacerdotal e com o templo e sob divina orientação foi para o deserto”. Broadus (Mateus 33) diz que: “João provavelmente viveu na parte sudoeste defronte a Hebrom”. Leon Uris em “Êxodo Revisitado” (pg. 18) sugere Ein Karen, norte de Hebrom, oeste de Jerusalém como o local de nascimento de João. Broadus, diferentemente, diz que João teria muito tempo para explorar as áreas desérticas imediatamente a leste das cidades dos sacerdotes ao sul da Palestina (Israel atual). Ele sabia como se cuidar em qualquer lugar. Suas necessidades eram poucas e simples: gafanhotos, mel silvestre e pelo de camelo para vestir. A.T Robertson (John the Loyal, pg. 27), comenta sobre este tradicional período da vida de João: “João estava agora provavelmente crescido (vinte ou vinte e um anos, ainda não com trinta, a idade da maioridade judaica). Josefo tinha dezesseis quando foi para o deserto estudar por três anos com Banus, um famoso essênio.
Porque João foi para os desertos? Robertson (29) diz: “houve de fato uma motivação para que João fosse para os desertos, como Josefo, para estudar a doutrina dos Essênios e acabando por se tornar um deles. Mas não existe fundamento para tal ideia”. A impressão mais forte é que ele se instruiu a respeito dos Essênios, e a menos provável é a de que João fosse dependente deles. Enquanto é verdadeiro que eles citaram Isaías 40:3-5 como seu mandato, contudo, falharam em vivê-lo. Do que hoje é conhecido dos rolos de Qumran encontrados em 1947 próximos ao Mar Morto, é provável que os Essênios fossem zelosos estudantes do Antigo Testamento. Quem o sabe? Talvez João o Batista tenha lido e/ou copiado alguns desses rolos sagrados. Talvez o interesse de João neles tenha levado os Essênios a colocá-los sob proteção dentro de jarros onde permaneceram intactos por dois mil anos. Admitidamente tudo isto é especulação. De qualquer modo, João teve muitos anos para si nos desertos, e é certo que ele o usou muito bem. Ele tinha muito para fazer no tocante a se preparar para introduzir o seu Senhor no mundo e apresentar a Ele “um povo bem disposto”. Ele não podia permitir qualquer padrão conhecido naquela época. Ele tinha que ser o pioneiro. Os fariseus, saduceus, zelotes e essênios foram de alguma ajuda se é que foram. Ele precisava de algo novo, algo dramático, algo simbólico da nova dispensação. Em seu perseverante estudo, o Espírito Santo o guiaria.