terça-feira, 13 de setembro de 2011

16.54. Pregação de João o Batista (Mt 3:1-12; Mc 1:1-8; Lc 3:1-18) Lc 3:3,4

E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados; segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas. Lc 3:3,4.

“Arrependimento!” (do grego metanoeite) foi a palavra que João, Cristo e Pedro usaram tão efetivamente. Significa “mudar a sua mente”, literalmente. Ao invés de amar ou justificar o pecado, o odeia e o abandona. Invés de pensar no pecado como algo não muito importante, agora o considera como uma rebelião contra um justo e amável Deus. Ao invés de seguir as sugestões do diabo, resista a ele e obedece ao Pai celestial. Isto que é arrependimento e conversão. O significado comum da palavra “arrependimento” é um ato ou efeito de arrepender-se. Os gregos têm uma palavra para isto – metamellomai; que é usada para Judas em Mateus 27:3 quando ele sentiu remorso por trair Jesus. Mas ele não se arrependeu; após confessar aos sacerdotes ele se enforcou.
James Stalker (207) disse sobre esta palavra metanoia: “arrependimento talvez não seja a melhor interpretação da primeira nota da mensagem de João o Batista; conversão seria uma tradução mais literal”. Elder Cumming (36-37): “Mas na prática arrependimento é uma doutrina do Novo Testamento, o primeiro pensamento de João o Batista... O pensamento contido na palavra é uma chamada para uma mudança total de mente de alguém sobre seu próprio pecado, quando da primeira vez que o compreende, quando da primeira vez que o odeia, quando da primeira vez que o renuncia”. A. T. Robertson (74ff) sobre metanoia: “Esta é uma grande palavra de João e é hoje uma palavra tristemente mal compreendida. A confusão não é com a palavra grega metanoeo. Isto está suficientemente esclarecido... A palavra em si não significa sofrimento pelo pecado, ainda que é claro, esteja incluso.
Outra palavra é usada para este sofrimento e é metamellomai. Sofrimento pode trazer arrependimento (II Co 7:9) e a “tristeza segundo Deus” sempre faz isto (II Co 7:10). E contemplação da bondade de Deus sempre leva ao arrependimento (Rm 2:4). Jesus veio chamar os pecadores ao arrependimento (Lc 5:32). Foi direcionado a Deus (At 10:21). É emparelhada com a crença (Mc 1:15) e com a conversão (Lc 17:4). É o traço peculiar em um pecador que causa alegria no céu (Lc 15:7, 10). É essencial a Salvação (Lc 13:3,5). Foi ordenada por Jesus (Mt 4:17) e por Deus (At 17:30; 26:20). Foi uma doutrina fundamental na pregação apostólica (Mc 6:12; At 24:27; Hb. 6:1).
Prova de arrependimento foi exigida (At 26:20), como foi verdade na pregação de João o Batista (Mt 3:8). De fato, ‘conversão’ está mais de acordo com o real significado da palavra do que ‘arrependimento’. De tudo o que se possa imaginar é improvável que João o Batista tenha exortado as pessoas a ‘fazer penitência’, como a vulgata católica tem registrado (Poenitentiam agite). João estaria chocado se encontrasse sua chamada espiritual transformada em um sistema medieval de salvação pelas obras e até por pagamento em dinheiro. Convicção, conversão, confissão. Confissão pode vir antes da conversão, ou simultaneamente com ela. O verdadeiro ato de confissão de pecados abre o coração para a obra de restauração de Deus. Todos devem confessar seus pecados a Deus para ser convertidos. Então quando alguém é convertido ele confessa (professa) sua fé a outros. Mas ninguém pode confessar fé em Cristo antes de tê-la. Ele pode confessar seu desejo para viver por Cristo e este ato frequentemente leva a salvação. Mateus 3:6 diz que as pessoas eram batizadas “confessando os seus pecados”. Parece que João requereu de cada candidato ao batismo a confissão de seus pecados.