quarta-feira, 14 de setembro de 2011

16.55. Pregação de João o Batista (Mt 3:1-12; Mc 1:1-8; Lc 3:1-18) Lc 3:3,4

E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados; segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas. Lc 3:3,4.

Esta confissão era um testemunho de sinceridade e de genuidade de conversão. Indica auto-julgamento. O candidato dizia: “eu tenho pecado”, e ele então descia a água para o batismo indicando que aceitou a penalidade da morte sobre seu ser pecaminoso.
J. W. Shepard (p. 70, The Christ of the Gospels) escreveu sobre isto: “Era costume de João o Batista examinar os candidatos antes do batismo. Normalmente os penitentes vinham com humilde confissão de seus pecados e a manifestação de profunda contrição. Jesus não fez tal confissão de culpa nem mostrou qualquer tristeza. Tal atitude desqualificaria o candidato para o batismo. Mas aqui era uma singular exceção. Estava ali a majestade, pureza e paz descrita naquela aparência, que causou em João um sentimento de indignidade e pecado”.
(Used by permission of Wm. B. Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, Michigan). George E. Hicks (John the Baptist, The Neglected Prophet, p. 53) escreveu: “João o Batista insistia na confissão pública; os romanistas insistem na confissão privada; os protestantes a omitem; enquanto que as igrejas Batistas estimulam o batismo, mas são silenciosos sobre a confissão. É extremamente estranho”.
“E eu não o conhecia” João disse duas vezes sobre o Senhor Jesus (Jo 1:31,33). Quando foi o maravilhoso momento do reconhecimento? Pode ter sido deste modo. Depois de João ter batizado um bom número de pessoas em um dia, o último de todos a vir para o batismo foi Jesus. “E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando...” (Lc 3:21). João provavelmente já estava cansado. Ele provavelmente não olhou para a centésima ou quinquagésima pessoa atentamente. Afinal de contas, a maioria delas era totalmente estranha a ele antes de serem batizadas. Podemos muito bem assumir que João perguntou a cada pessoa pelo seu nome quando pediu a confissão de seus pecados. Mas Jesus não tinha pecado para confessar!
Talvez Ele tivesse dito assim para João: Surpresa! Então João de fato observou bem e viu o incomparável Senhor. Talvez neste instante João também tenha visto o Espírito Santo descendo sobre Cristo na forma de uma pomba (Lc 3:22), indicando a João o momento em que ele reconheceu o Senhor (Jo 1:33, 34). Extraordinário momento! João disse: “E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus”. Agora volta ao Jordão com as multidões esperando o batismo. Ocasionalmente, João batizou em outros lugares (João 3:23). O lugar não tem tanta importância quanto o propósito. Este escritor foi batizado primeiro em uma lagoa, então em um pequeno córrego, depois em uma represa construída para reter a água, em igrejas batistas em cinco estados, em um riacho na França, em um rio na Alemanha com a neve caindo. Em cada caso imersão simboliza conversão prévia. Batismo é um sinal de autojulgamento, uma confissão de culpa. João pregou sobre o julgamento vindouro: “fugir da ira futura” (Mt 3:7).
Este alerta não foi tanto apocalíptico como prático. Os que realmente creram nele se submeteram ao sepultamento em água como um sinal de que mereciam a morte. Desde que eles pronunciaram seu próprio julgamento, Deus não necessitaria julgá-los depois. “Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (I Co 11:31). Quando os pioneiros do oeste viam uma pradaria em chamas e este fogo se aproximando empurrado por fortes ventos, eles tinham que agir rapidamente para salvar a si mesmos e suas casas. Eles faziam pequenos pontos de incêndio ao redor de suas propriedades, tendo o cuidado de manter estas chamas a uma distância segura. Este fogo produzido por eles consumia a erva em uma faixa de terra em torno da propriedade. Então quando o fogo do incêndio maior chegava nesta área já não havia mais nada para queimar. As casas e as pessoas no centro desta área pré-queimada estavam seguras. Da mesma forma, quando o pecador confessa seus pecados no dia do julgamento por vir ele não será julgado. Ele tem imunidade no julgamento; Cristo tomou todos os seus pecados. O batismo é um sinal que o crente está julgando a si próprio pelos seus pecados. Batismo também é um sinal de submissão a Deus.