sexta-feira, 9 de setembro de 2011

16.50. Pregação de João o Batista (Mt 3:1-12; Mc 1:1-8; Lc 3:1-18) Lc 3:3,4

E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados; segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas. Lc 3:3,4.

O QUE JOÃO PENSAVA SOBRE A IMERSÃO?

É claro que ele conhecia as cerimônias judaicas de lavagens e mergulhos. Ele conhecia as imersões dos Essênios em água corrente. Mas todas elas não continham, não significavam, não tinham a importância para a vinda do Messias e Sua mensagem salvadora. João teve que ir muito profundo por um símbolo ou sinal. Não poderia ser nada superficial. Nada já usado ou feito sobre cerimônias poderia ser digno do Filho de Deus. E o Messias não poderia depender de uma colônia de ascetas para qualquer parte de sua vital mensagem. Robertson (John the Loyal; pg. 46) nos lembra que: “os Essênios nunca foram mencionados no Novo Testamento, nem no Talmude, sendo conhecidos por nós apenas pelos escritos de Filo, Josefo e Plínio. Todas as tentativas em mostrar que algumas idéias ou práticas foram derivadas deles por João o Batista ou por Jesus são provadas como sendo enganos”. Nenhuma menção é feita do “batismo de prosélitos” no Antigo Testamento, na Apócrifa, em Filo, Josefo e nos antigos targuns, a Mishna, o Novo Testamento ou nos escritos dos patriarcas cristãos.
“O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens?” Perguntou Jesus aos seus críticos (Mateus 21:25). Veio completamente esclarecida, por uma direta revelação de Deus? Talvez, mas provavelmente não. Deus tinha Sua administração disto por meio do qual Ele espera que o homem faça o que é possível a ele fazer; Ele faz o impossível. Somente Jesus pode levantar Lázaro da morte; quem estava por perto somente pôde remover a pedra que estava no caminho. Os cinco irmãos não salvos do rico em Lucas 16 tinham “Moisés e os profetas”, eles não necessitavam que alguém ressuscitasse da morte, nem de falar a eles como viver e morrer (verss. 28 a 31).
João pensava da imersão como um símbolo do Evangelho de Cristo? O que é como um símbolo é indicado pelo fato da palavra “batizava” e “batizando” (João 3:22, 26; 4:1, 2) representando a totalidade do ministério de Cristo em certos lugares. Igualmente, algumas palavras representam a totalidade da obra de João o Batista em outros (João 1:28, 31, 33; 3:23; 10:40). Isto não quer dizer que o batismo granjeia salvação, mas faz uma imagem ou retrato dela. Representa a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo que fez segura salvação para todos os pecadores arrependidos (Lucas 12:50, Rom. 6:3-5; Col. 2:12; 1 Pe. 3:21).
Você pode imaginar o que João fez e como ele raciocinou. Quão exata é nossa reconstrução do pensamento de João pode ser estimado parcialmente pelo que ele de fato disse e fez depois, mas parte de nossa especulação deve esperar a plena revelação. Talvez no céu João nos permita saber mais sobre seus estudos. Ele pode ter raciocinado como segue.
Ele provavelmente leu Gênesis, capítulos de um a três. Deus disse a Adão e Eva o que eles podiam e o que não podiam fazer. Eles desobedeceram; eles pecaram; eles se rebelaram contra Deus. A antiga lei divina diz: “a alma que pecar, essa morrerá” (Gen. 2:17; Ezequiel. 18:4). Mas Deus ama o homem. Ao invés de punir nossos primeiros pais com a imediata execução de sua merecida penalidade, Deus em Sua infinita misericórdia concedeu a eles um substituto vivo como expiação pelos seus pecados. Esta oferta significava que o pecador se identificaria a si mesmo com o sacrifício vivo. Quando foi oferecido sobre o altar eles diziam: “Aqui está uma criatura viva. Ela não mereceria morrer. Ela não se rebelou contra o Criador. Mas eu sim; eu pequei; eu mereço morrer pelo meu pecado. Mas eu creio que Deus aceitará meu substituto vivo em meu lugar. Isto foi uma vez minha propriedade; eu agora sacrifico a Deus; isto ensinará a mim a terrível natureza do pecado, assim eu odiarei o pecado e amarei a retidão. Esta oferta é um símbolo de meu arrependimento. Eu ainda lamento por meu pecado e intenciono não cometer mais qualquer tipo”.
Então João o Batista deve certamente ter lido Gênesis quatro. “Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR”. “E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas”. “... e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. “Mas para Caim e para a sua oferta não atentou” (Gen. 4:3-5; Heb. 11:4).
Porque a diferença entre as duas ofertas? Caim recusou reconhecer a mortífera e maligna natureza do pecado, então ele se recusou a trazer uma vida como sacrifício. Ele duvidou da revelação e ao invés disso creu na mentira do diabo: “Certamente não morrereis” (Gn 3:4). De fato, Caim fez o que muitas pessoas tem feito desde então: fez pouco do pecado. Sabemos disto porque ele matou seu irmão e ainda disse: “sou eu guardador do meu irmão?” (Gn 4:8-9). “Os insensatos zombam do pecado, mas entre os retos há benevolência.” (Provérbios 14:9). Quando uma pessoa faz pouco do pecado, o próximo passo para baixo é fazer pouco da salvação e do próprio Salvador.
Abel por outro lado, era uma pessoa justa (Hb 11:4). Ele conhecia que o pecado era mortal, por isso ele trouxe uma ovelha de seu rebanho como sacrifício. Sua oferta era com sangue que foi derramado e sangue significa vida (Levítico 17:11). “... sem derramamento de sangue não há remissão (Hb 9:22). A Bíblia tem uma grande doutrina sobre o sangue e por uma boa razão. Todo o plano de redenção tem fundamento, uma vez que o amor de Deus é aceito.
João o Batista tinha agora um bom começo em teologia do Novo Testamento. Ele faria certas perguntas e as respostas deveriam agregar-se sensatamente. Ele precisava de um símbolo que transmitisse várias verdades – vital, eternal, fundamental, elementar, redentora, prática, instrutiva e Verdades Cristológicas.
O que significará morrer para o pecado, sem prejudicar os pecadores arrependidos?
O que mostrará que Deus necessariamente e inevitavelmente julgará o pecado?
O que simbolizará a rejeição do pecado, do mundanismo e também do diabo?
O que mostrará o começo de uma nova vida de retidão?
O que indicará um interior limpo e um amor a santidade?
O que dará uma pública declaração de lealdade ao Messias-Cristo?
O que ilustrará uma mudança da antiga vida para uma nova?

O BATISMO FAZ TUDO ISSO!

Capítulo 4 do livro O PRIMEIRO BATISTA de Stanley E. Anderson, tradução com autorização do PBMinistries: Edmilson de Deus Teixeira, revisores: Glailson Braga, Luiz Haroldo Araújo Cardoso e Calvin G. Gardner – 02/2010Usado com permissão:
www.pbministries.org Fonte: http://www.palavraprudente.com.br/estudos/se_anderson/cap04.html