quarta-feira, 25 de maio de 2011

4. O anúncio do nascimento do Messias (Lc 1:26-38). Lc 26-29

E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta.

No sexto mês de gestação de Isabel, o mesmo anjo Gabriel, que anunciara o nascimento de João o Batista, vai até Nazaré, na Galiléia, cujo “nome completo dessa parte do território era “círculo dos gentios”, por causa dos muitos gentios que habitavam essa região (cf. Is 9.1, onde se fala da Galiléia dos gentios). Por isso essa terra de fronteira era desprezada pelos judeus ortodoxos.” (Evangelho de Lucas: comentário Esperança Rienecker, Fritz, Editora Evangélica Esperança, 2005.), ele vai até lá e anuncia o momento mais solene, mais importante de toda a história humana, aquilo que os profetas ansiavam a ver, o Senhor da glória encarnado, o Filho de Deus, o Senhor Jesus, o nascimento do Messias. O anjo aparece a Maria, que era virgem e desposada, ou seja, noiva de José, ocorre que desposar uma mulher para os judeus é muito mais sério e formal que noivar em outras culturas, como a do Brasil, de modo que desposar envolvia uma seriedade maior, pois “a lei judaica considerava o compromisso do noivado tão válido quanto o casamento. O noivado era completado depois de negociações realizadas pelo representante do noivo e depois de pago o dote ao pai da moça. Depois de assumido o noivado, o noivo podia reclamar a noiva a qualquer momento. O aspecto legal do casamento estava incluído no compromisso de casamento; o casamento propriamente dito era apenas um reconhecimento do compromisso que já fora estabelecido. José tinha todo o direito de viajar com Maria a Belém.” (Comentário Bíblico Moody, Editora Batista Regular, Pfeiffer, Charles F.; Harrison Everett F.).
Ele foi ao encontro de uma virgem desposada, Maria, isso deixando claro que ela não havia tido nenhuma relação sexual, isso é enfatizado no verso 27, onde duas vezes aparece a palavra virgem, o comprometido dela era José, da casa de Davi, em outras palavras, descendente de Davi, pela redação grega tanto José, como Maria poderia ser referido como descendente, o que, de fato, ambos eram, tanto José, como se pode ver em Mt 1:1-18, como Maria, relatado em Lucas mesmo, Lc 3:23-38; outro fato que corrobora com Maria não ter tido relação, nem ser efetivamente casada com José é que o anjo se dirigiu a ela, após o casamento a direção divina foi entregue a José, marido e a cabeça dela: “mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.” (I Co 11:3), “porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.” (Ef 5:23), e quando o anjo foi anunciar o nascimento de João, foi direto a Zacarias.
Então o anjo a chama de agraciada, é de se observar que o anjo não a adorou ele a saudou, sendo que esta palavra aparece mais uma vez no Novo Testamento, agora se referindo a todo o crente: “para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado,” (Ef 1:6), ela achou graça diante de Deus, é objeto e não fonte de graça, e que graça ela alcançou! Foi a mãe do Redentor! Entre todas as mulheres ela foi a escolhida para gestar o Filho de Deus, por isso, ela é bendita entre todas as mulheres; ao ver o anjo ela turbou-se, isso já demonstra que ela era pecadora, igual a todos os homens, ela tinha pecado, ela também ponderava que saudação seria aquela.