domingo, 22 de maio de 2011

3.d. O anúncio do nascimento do precursor (Lc 1:5-25) Lc 1:14-17.

E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.

Agora o anjo começa a falar de João o Batista dizendo a Zacarias que ele teria prazer e alegria, visto ter sua oração ouvida, o filho dele ser um profeta do Altíssimo e por ser também precursor do Messias, o anjo continua dizendo, a Zacarias, que muitos se alegrariam no nascimento do filho dele, que é João o Batista, cujo nome já demonstra a graça de Deus, o nascimento dele foi uma graça divina e ele pregou, que após a mensagem dele se iniciou o domínio da graça, tempo chamado de plenitude da graça: “se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada;” (Ef 3:2); para desenvolver esta atividade, ou seja, o ministério de ser o precursor do Senhor Jesus, João precisou duma intervenção de Deus, por isso, ele foi cheio do Espírito Santo, já desde o ventre da mãe dele.
O anjo diz que João converteria muitos dos filhos de Israel, isso é uma nota triste, pois Israel, o povo escolhido agora é o povo impenitente, tanto que é necessário que haja a conversão deles, não a toa que a maior tônica da mensagem do João foi a do arrependimento: “e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” (Mt 3:2), arrependimento aqui não é o operado pelo homem, mas sim por Deus: “agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” (II Co 7:9,10), de modo que João o Batista seria um instrumento de Deus para a execução desta atividade.
No espírito e virtude de Elias, aqui não se trata de reencarnação, João não foi Elias reencarnado, primeiro, pois não existe reencarnação: “e, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo,” (Hb 9:27), “todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó.” (Ec 3:20), “porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Ec 9:9,10), “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Ec 12:7), e o próprio João respondeu, quando perguntado: “e perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.” (Jo 1:25), se ele não é Elias por qual motivo se fala do espírito de Elias e em algumas partes se diz que Elias viria antes do Messias? A resposta é simples, os judeus esperavam a volta pessoal de Elias, pois ele foi numa carruagem de fogo, então eles esperavam que ele mesmo retornasse à terra para anunciar o advento do Messias, por isso, quando perguntaram a João se ele era o Elias, nestes termos, ele respondeu não e esta resposta foi sincera, ele não era Elias, que voltava em pessoa, o verso 17 explica que João teria o espírito e virtude de Elias e isso se vê, ambos tiveram o mesmo espírito e disposição, poder, vida e zelo esta é a razão dele ser o Elias, o mensageiro que prepararia o caminho do Senhor Jesus.