quinta-feira, 21 de julho de 2011

16.1. Pregação de João o Batista (Mt 3:1-12; Mc 1:1-8; Lc 3:1-18) Mt 3:1,2

E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.



Nas Parábolas



Existem muitos parábolas no Novo Testamento relatadas pelos diferentes evangelistas usando um ou o outro termo, mostrando claramente que os dois termos enfatizem a mesma coisa. Alguns destes casos são:



A parábola sobre o grão de mostarda – Mt 13:31 e Mc 4:30 - Em Mateus 13:31 Jesus propôs uma parábola começando-a com as seguintes palavras: “o Reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda...” e assim nos ensina que o reino dos céus é pequeno à vista dos homens, mas o seu fim é glorioso. Em Marcos 4:30 Jesus procura um exemplo para assemelhar o Reino de Deus, ou seja, uma parábola para o representar. Ele afirma em Marcos 4:31 que o Reino de Deus “É como um grão de mostarda, a menor de todas as sementes mas, depois, cresce e faz-se a maior de todas as hortaliças. Nisso Ele ensina a mesma lição quanto a parábola de Mateus.



Se essa parábola representa o Reino de Deus tão bem quanto o reino dos céus, é evidente que tanto o Reino de Deus quanto o Reino de Céus são a mesma coisa. Ou, será que não devemos esperar que haja harmonia entre os evangelhos? Será que o Espírito Santo não sabe distinguir um do outro quando trouxe a eles a Palavra para ser escrita? Creio que o Espírito Santo sabe bem entregar a Palavra de Deus aos autores [escritores] e por isso creio na inspiração verbal, e creio que os autores [escritores] da Bíblia tiveram harmonia que só vem do alto. Crer que os dois termos são iguais é fundamental para essa conclusão.



O propósito das parábolas – Mt 13.11; Mc 4.3; Lc 8.10 - Os discípulos perguntaram o porquê das parábolas e Jesus os respondeu - Mateus relata a resposta de Jesus como: “Porque a vós é dado conhecer os mistérios do Reino de céus, mas a eles não lhes é dado.” Marcos relata a resposta de Jesus como: “A vós vos é dado saber os mistérios do Reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas.” Lucas relata a resposta de Jesus assim: “A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros por parábolas, para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam”.



Conclusão - Então, se o Reino de Deus não é o Reino dos Céus, quem está mentindo? Os três responderam que Jesus disse palavras exatas e um entre os três relatou que Jesus não disse o que os outros disseram que Jesus disse? Só pode ter um mentiroso entre os homens santos que Deus usou para falarem inspirados pelo Espírito Santo. É bem melhor aceitar o fato que as duas frases apontam à mesma coisa e deixar a possibilidade que Mateus, para retratar Cristo como rei, teve razão para dizer “céus” e não “Deus”, mas a exata razão não foi explicada a nós. Todavia, a comparação destes três relatos leva-nos a crer que as duas frases significam a mesma coisa. Como diz o Pastor D. W. Huckabee no seu livro de Hermenêutica, “Se o sentido comum de uma palavra faz sentido, então não busque outro sentido.” (Huckabee, pg. 25).



Apenas uma Mensagem aos Judeus ou Mensagem Atual? – Alguém talvez queira afirmar que o Reino de Deus foi uma mensagem somente aos judeus. Querem alguns afirmar que quando Jesus deu Seus avisos aos judeus, acabou a importância do Reino de Deus. Especialmente enfatizem que quando os judeus crucificaram Cristo rejeitando-O como o Messias, a mensagem do Reino de Deus terminou. Disso, pelo estudo, podemos entender que não é a verdade. Vejamos:



Além da verdade que “toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa... para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (II Tm 3.16,17; Rm 15.4) e, portanto o Reino de Deus é proveitoso para nós hoje, o assunto do Reino de Deus continua importante por outras razões. O Reino de Deus foi um assunto das igrejas neotestamentárias e para os gentios muito tempo depois da rejeição pelos judeus e a Sua crucificação.



Jesus, depois da Sua ressurreição, por quarenta dias falou “das coisas concernentes ao Reino de Deus” (At 1:3). Os discípulos, depois da rejeição de Cristo, como o Messias pelos judeus, deram a entender que ainda faltava muito a respeito do Reino de Deus pois pouco antes de Cristo ascender ao céu, o Seu Reino era um assunto entre eles com Cristo (At 1.6).



Dois ou três anos depois, a perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém fez que os membros espalhassem pelas terras da Judéia e de Samaria (35 d.C.). Cristo foi pregado na cidade de Samaria por Filipe e a sua mensagem era “acerca do Reino de Deus” (At 8.5-12). Mesmo sem a presença de Cristo, a mensagem que foi principiada por João o Batista, continuava sendo importante às igrejas primitivas.



Mais de uma década depois da perseguição contra a igreja em Jerusalém, a mensagem do Reino de Deus foi ensinada por Paulo às igrejas recém organizadas na sua primeira viagem missionária, entre judeu e gentio (48 d.C., At 14:22). Observe: tal mensagem foi para confirmar os ânimos dos discípulos. Na sua terceira viagem missionária (53 d.C.), Paulo ainda pregava zelosamente sobre o Reino de Deus (At 19:8; 20:25). Em 60 d.C., quase três décadas depois da ressurreição de Cristo, ainda no fim do ministério do apóstolo Paulo, este missionário exemplar “declarava com bom testemunho o Reino de Deus, desde a manhã até à tarde” aos judeus e, depois da rejeição destes do Evangelho, Paulo pregava o Reino de Deus com toda liberdade a todos quantos vinham vê-lo (At 28.23-31).



Entendemos que o Reino de Deus era a mensagem das igrejas primitivas, e era para ser entregue a todos os povos. Desde que a comissão destas igrejas primitivas seja a nossa também, o Reino de Deus deve ser a nossa mensagem hoje e até Cristo voltar.



Aplicação:



Cuidado quando o Evangelho da graça de Deus, ou seja, o Reino de Deus torna um assunto infreqüente das pregações deste púlpito! A graça exalta a Cristo, o Rei deste reino, e Cabeça desta igreja. Para enfatizar a graça, não canse de declarar a pecaminosidade do pecado e a sua eterna condenação. Não minimize a mensagem da responsabilidade do pecador para com a lei de Deus. Assim a necessidade da graça é reconhecida e exaltada pelo sacrifício vicário de Cristo. Anuncie sempre que Cristo salva todo pecador que se arrependa e crê nEle pela fé como o Substituo no seu lugar. Conhece já essa graça?



Faça com que a razão desta igreja existir não seja minimizada por acomodar outros assuntos pragmáticos, sociais ou os que estão na “moda”. No momento que o Reino de Deus esteja ausente desta igreja, as bênçãos do Cristo do Reino também estarão ausentes desta igreja (Ap 3:14-22). De uma forma o Reino de Deus é aqui e agora! Viva submetendo-se ao Rei Jesus, conformando-se à Sua imagem. Isso se faz morrendo à carne, renovando a sua mente, sendo fiel na leitura particular da Palavra de Deus, criando e mantendo a leitura doméstica da Bíblia, se sacrificando na contribuição, levando a Palavra de Deus aos outros, cumprindo os seus deveres de membro da igreja local, orando sem cessar entre outros exercícios espirituais. Você pode ‘ver’ este reino já? Já entrou nele? Está submisso ao seu Rei? A Sua Palavra importa a você?


Fonte
http://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/escatologia/cap03.html , estudo escrito pelo pastor Calvin Gardner).