domingo, 17 de julho de 2011

13. Herodes mata as criancinhas Mt 2:16-18

Então Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito, e mandou matar todos os meninos que havia em Belém, e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos. Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que diz: Em Ramá se ouviu uma voz, Lamentação, choro e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos, E não quer ser consolada, porque não existem.


Herodes esperou o tempo razoável dos magos terem ido a Belém e depois voltarem a Jerusalém, como eles procederam diferente, ele percebeu que ele foi enganado, enraivecido ele toma a decisão de matar o seu Oponente, Aquele que reivindicaria o trono, assim ele da ordem para que todos os meninos fossem mortos, pelo tamanho da cidade de Belém, percebe-se que o número de crianças executadas foi pequeno, talvez cerca de vinte, isso não diminui a crueldade dele, apenas para melhor entender o que se passou.


“Essa última declaração vale também para Raquel, a esposa mais querida de Jacó. Ela também, visto que deu à luz a José, pai de Efraim e Manassés, estava habilitada a representar Israel, o reino das dez tribos (às vezes simplesmente chamado "Efraim"); e já que também deu à luz a Benjamim, estava habilitada a simbolizar Judá, o reino das duas tribos (Judá e Benjamim). Figuradamente, aqui em Jr 31:15 Raquel é retratada como estando ainda viva. E como se ela estivesse contemplando as desventuradas multidões reunidas em Ramá. Ela ouve os seus lamentos até que ela mesma se põe a prantear. Ela geme amargamente, porque está sendo privada de seus filhos: primeiro Israel parte para o exílio (II Rs 17:5,6), em seguida Judá (II Cr 36:17,20). Ela que vivia tão ansiosa para ter filhos — "Dá-me filhos, senão morro" (Gn 30:1) —, agora vê como alguns deles são mortos e outros são levados para terras estranhas. Quão amargas são suas lágrimas; quão forte e duradouro o seu lamento! Uma potência mundial — primeiro Assíria, depois Babilônia — lhe roubou o que lhe era mais querido.


Não obstante, havia motivo de respeito. Realmente, o trigésimo primeiro capítulo de Jeremias, de onde Mateus extraiu essas palavras, está repleto de expressões de consolação. Esse consolo se refere tanto a Israel como a Judá (Jr 31:27,31; cf. 33:14), ou seja, à plenitude do remanescente (31:7). Jeová amou a seu povo com um amor eterno (31:3). Portanto, quem os espalhou também os ajuntará (31:10). Então, Raquel deve estancar seu pranto (31:16). Não é Efraim o filho querido de Jeová? (31:20). Não fará ele uma nova aliança com o seu povo (31:31), perdoando-lhe toda a sua iniqüidade e não mais lembrando de seus pecados? (31:34). O remanescente certamente voltará, e com que propósito? Simplesmente para reconstruir as cidades? (31:38). Não, será com o propósito de trazer "o Renovo de Justiça". Será ele a executar a justiça e o juízo na terra (33:14,15).


O paralelo produzido por Mateus é muito claro. Em decorrência da matança das crianças de Belém, ele pinta Raquel chorando outra vez, essencialmente pela mesma razão. Esses filhos também já não existem. Dessa vez a potência mundial que os destruiu não foi Assíria nem Babilônia, e, sim, Edom, representado pelo cruel rei Herodes. Os meninos de Belém, de 2 anos para baixo, foram assassinados. O menino que era o alvo principal da ira de Herodes foi levado para o exílio. Ele está fugindo para o Egito. Não obstante, também no presente caso há uma ampla medida de consolação, se quem foi despojado pelo menos o leve a sério. Esse consolo está centrado no mesmo "Renovo de Justiça" mencionado por Jeremias. Ele voltará prontamente ao Egito a fim de salvar a todos aqueles que depositam nele a sua confiança. Então Raquel não deve mais desanimar-se. Ao regressar, o Soberano nascido em Belém um dia pronunciará as consoladoras palavras: "Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." (Mt 11:28)...” (Comentário do Novo Testamento Volume 1, Mateus, William Hendriksen, Editora Cultura Cristã, pgs. 260,261).