terça-feira, 12 de julho de 2011

11.2. Visita dos magos em casa (Mt 2:1-12) Mt 2:1-6

E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo. E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele. E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes, e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo. E eles lhe disseram: Em Belém de Judéia; porque assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, De modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; Porque de ti sairá o Guia Que há de apascentar o meu povo Israel.

Voltando à narrativa, o nascimento do Senhor Jesus ocorreu durante o reinado de Herodes, com isso os magos vieram até a Jerusalém, eles foram ao palácio, eles só poderiam concluir que o Rei seria encontrado no palácio, daí eles perguntam onde está aquele que é nascido rei dos judeus, curiosamente a reação de Herodes e dos líderes foi inverso ao que os magos gostariam de ter, eles ficaram perturbados, a perturbação de Herodes consistia no fato dele não ser o legítimo rei dos judeus, com isso, ele perderia o trono dele para o Rei que nascera, o povo ficou angustiado, pois Herodes era um cruel e sanguinário rei, sabedor que poderia perder o trono ele faria algumas atrocidades, nesse contexto, Herodes convocou os escribas e todos os príncipes dos sacerdotes, com esta convocação, Herodes quis saber exatamente o lugar de nascimento do Messias, pela redação grega dá a entender que ele repetia as perguntas de modo a não dar margem de ser enganado, a resposta foi unânime: Belém, a referência é a: "E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." (Mq 5:2); com a expressão convocou, se quer dizer que foi formal onde era obrigatória a presença de cada um convocado, desse modo todo o sinédrio foi convocado.
“Sinédrio é a palavra grega para “supremo conselho”. Essa máxima autoridade judaica consistia de três grupos: • os sumo sacerdotes; • os escribas; • os anciãos. Cf sobre isso Mt 16:21; 27:41; Mc 8:31; 14:43,53,55; Lc 9:22; 19:47; 20:1 etc. Segundo o modelo do conselho de anciãos instituído por Moisés em Nm 11:16, o número de membros do Sinédrio, inclusive o sumo sacerdote no exercício do cargo, perfazia 71 pessoas. O supremo conselho ou Sinédrio tinha para os judeus três funções: • O Sinédrio era a representação espiritual de todo o judaísmo, ou seja, constituía a autoridade máxima religiosa. Como tal tinha de supervisionar a vida religiosa com todas as questões doutrinárias pertinentes e conduzir o culto. • O Sinédrio era a corte suprema de julgamento. Cf. Mt 5:22; 26:59; Mc 14:55; 15:1 etc. • O Sinédrio ou supremo conselho era a autoridade política máxima dos judeus. Cf. Jo 11:47; At 4:15.
A presidência estava a cargo do sumo sacerdote. O primeiro grupo do Sinédrio eram os sumo sacerdotes. Sob sumo sacerdote ou, como Schlatter traduz acertadamente: “os que governam sobre os sacerdotes”, literalmente os “arqui-sacerdotes”, entendemos os presidentes das 24 ordens de sacerdotes (Cf. I Cr 25:4s). Em II Cr 36:14 esses arqui-sacerdotes também são chamados de “príncipes (chefes) dos sacerdotes”. Era a nobreza sacerdotal que conduzia o Sinédrio. Em geral pertenciam ao partido dos saduceus. Os escribas pertenciam ao partido dos fariseus! Originalmente eles eram os copistas da Lei, da torá. Desse modo tornaram-se os entendidos da lei, os peritos! Chegaram a poder e reconhecimento através do movimento fariseu, que transformou a lei escrita na única autoridade que leva à bem-aventurança... Eram eles os teólogos e juristas do povo. Cf. Ed 7:6; Jr 8:8; Lc 11:44,53; Mt 23:2... Os anciãos são os membros do conselho, que não pertenciam nem a uma nem a outra classe. Eram os vogais. Quando havia necessidade de decidir apenas uma questão teológica, os “anciãos” não precisavam estar presentes. Logo, não são citados neste episódio. Mas sua participação era imprescindível quando o Sinédrio se reunia para uma função política ou judicial.” (Evangelho de Lucas: comentário Esperança Rienecker, Fritz, Editora Evangélica Esperança, 2005).