sábado, 2 de julho de 2011

10. A circuncisão e apresentação no templo (Lc 2:21-38) Lc 2:21-24.

E, quando os oito dias foram cumpridos, para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido. E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor (segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor); e para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: Um par de rolas ou dois pombinhos.


O casal, além de cumpridores da lei dos dominadores dos judeus, pois a obedeceram indo ao recenseamento, também eram cumpridores da lei que Deus deu ao povo, a chamada Lei de Moisés, nestes versos, é relatado o cumprimento de 3 cerimônias, a circuncisão, a purificação e a apresentação ao templo. Era no dia do circuncisão que se dava o nome ao filho, sobre este ato:
O que significa a circuncisão? 1) Ela é uma confissão: Deus coloca sua mão sobre mim. Sou um pecador. Sou culpado de morte. 2) A circuncisão significa acolhida no povo eleito. Embora eu seja culpado de morte, Deus me permite viver e até mesmo me acolhe em seu povo escolhido, Israel. Estabelece uma aliança comigo. Ele o faz retardando a punição pelos pecados do povo até o dia em que colocará a punição pelos pecados sobre aquele que nunca cometeu um pecado, Jesus Cristo. Leia Rm 3.25. 3) A circuncisão representa um compromisso. O israelita se desprende da vontade própria, separa-se da vida autônoma. Para Jesus, a circuncisão foi o começo de sua trajetória de sacrifício rumo ao Calvário. 1) Deus coloca a mão sobre o menino Jesus. Que estranho! Ele, sendo sem pecado, é declarado aqui culpado de morte, com vistas à vicariedade do Calvário. 2) Ele, o eleito desde a eternidade, que não precisava acolhido no povo eleito, é acolhido, não porque Deus quisesse retardar nele a punição do pecado, mas porque Deus quer executar nele a punição do pecado. 3) O compromisso contido na circuncisão, a saber, abrir mão da vontade própria, foi cumprido de modo perfeito pelo santo Filho de Deus. Lemos em Jo 5:19: Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente. E I Pd 1:18-22 relata a paixão e morte de um cordeiro inocente.” (Evangelho de Lucas: comentário Esperança Rienecker, Fritz, Editora Evangélica Esperança, 2005).
Sobre esta cerimônia, da propiciação, é importante atentar a algo, o tempo que era realizado, ou seja, no oitavo dia: "e no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio." (Lv 12:3), ela era o símbolo externo da aliança entre Deus e o povo dEle: "e circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal da aliança entre mim e vós." (Gn 17:11), só que há um detalhe excepcional, os pais circuncidavam os filhas para fazê-los participantes dessa aliança, ainda mais por ser mandamento, ocorre que, para o circuncidado, ele deveria fazer efetiva esta circuncisão, mas agora no seu coração: "circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz." (Dt 10:16), "circuncidai-vos ao SENHOR, e tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que o meu furor não venha a sair como fogo, e arda de modo que não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras." (Jr 4:4). Diante deste contexto, houve a intervenção de Deus: "e lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne;" (Ez 11:19), "e dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne." (Ez 36:26), "porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração." (II Co 3:3).
O crente tem coração de carne e não de pedra, porém, neste ponto, em específico, muitos têm tropeçado, do mesmo jeito que os israelitas seguiam a lei sem o comprometimento com Deus, há crentes que seguem ordenanças bíblicas sem o mesmo comprometimento, é o caso da ceia e do batismo, sendo que por causa da falta de cuidado na observância muitos morreram. "e se tu andares perante mim como andou Davi, teu pai, com inteireza de coração e com sinceridade, para fazeres segundo tudo o que te mandei, e guardares os meus estatutos e os meus juízos," (I Rs 9:4), "e bem sei eu, Deus meu, que tu provas os corações, e que da sinceridade te agradas; eu também na sinceridade de meu coração voluntariamente dei todas estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, voluntariamente te deu." (I Cr 29:17), "julga-me, SENHOR, pois tenho andado em minha sinceridade; tenho confiado também no SENHOR; não vacilarei." (Sl 26:1), "Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade," (Pv 2:7), "porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus." (II Co 2:17), justamente esta sinceridade que faz os crentes seguir os mandamentos, de modo diligente: "Tu ordenaste os teus mandamentos, para que diligentemente os observássemos." (Sl 119:4), em outras palavras, fazer com sinceridade de coração e literalmente como ordenado.