terça-feira, 14 de junho de 2011

7.b. Um anjo aparece a José (Mt 1:18-25). Mt 1:18-21

Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; e dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.

A narrativa é clara, José era noivo desposado de Maria, em outras palavras, ele era praticamente marido dela, mas sem relação marital, como já podemos ver nesta série de estudos, pois o casamento judeu tinha duas partes, a primeira é esta, na qual se diz marido desposado, ou seja, contratado, pois se dava por um contrato de casamento e depois, normalmente um ano (veja Gn 24:55; Dt 20:7; Jz 14:8; Mt 25), é que havia a segunda parte do casamento, onde ocorria a cerimônia propriamente dita e assim os desposados passavam a morar juntos e ter relações maritais, sendo esta parte muito mais séria que o noivado habitual entre os ocidentais, para uma exemplificação disso: “e qual é o homem que está desposado com alguma mulher e ainda não a recebeu? Vá, e torne-se à sua casa, para que porventura não morra na peleja e algum outro homem a receba.” (Dt 20:7), deixando claro as duas fases.
Neste intervalo, de uma à outra parte do casamento, foi que Maria foi achada grávida, aqui convém lembrar que ela visitara a prima dela Isabel: “e Maria ficou com ela quase três meses, e depois voltou para sua casa.” (Lc 1:56), depois desse tempo ela retorna para casa, de alguma forma José descobriu que ela estava grávida, lembrando que com o tempo de três meses já se pode observar a gravidez: “e aconteceu que, quase três meses depois, deram aviso a Judá, dizendo: Tamar, tua nora, adulterou, e eis que está grávida do adultério. Então disse Judá: Tirai-a fora para que seja queimada.” (Gn 38:24), pela narração é mais provável que ela nada disse a José, neste ponto é importante lembrar que Maria, ao ser informada que seria a mãe do Messias, ela obedeceu, de pronto, e disse “eis-me aqui”.Ocorre que, por ela ser a mãe do Messias e sendo já desposada, ela teria alguns problemas, por exemplo, a sociedade pensaria mal dela, até mesmo o seu noivo pensaria que ela o havia enganado, e a conseqüência para Maria seria não mais se casar com José, pois isso dava a ele o direito de se divorciar dela, mas não só isso, a lei previa pena de morte para estes casos: “quando houver moça virgem, desposada, e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela, então trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis, até que morram; a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo; assim tirarás o mal do meio de ti.” (Dt 22:23,24). Maria, serva de Deus, não se preocupou muito com isso ela sabia que teria um grande problema para resolver, mas deixou por conta do próprio Deus, e como se viu, Ele resolveu aquela situação angustiante, que era muito dura, pois não restava saída, mas Deus resolveu esta situação.