segunda-feira, 8 de agosto de 2011

16.19. Pregação de João o Batista (Mt 3:1-12; Mc 1:1-8; Lc 3:1-18) Mt 3:1,2

E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.



O REINO DE DEUS E AS PARÁBOLAS – II


Leitura: Mateus 13:1-17; Isaías 6


Versículo para Memorizar: Mt 13:13: “por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem.”.


Introdução: As parábolas, em si, poderão aparecer misteriosas e o ensino sobre o Reino de Deus pode ser difícil de entender. Talvez o mistério maior seja entender por que Jesus ensinava sobre o Reino de Deus pelas parábolas. Todavia podemos ter certeza que Ele sabia bem o que estava fazendo. No estudo bíblico sempre encontramos algo que é maior do que o nosso entendimento. A nossa fé é exercitada por este tipo de estudo.


As Parábolas Sobre o Reino de Deus


O Pastor Forrest Keener fez o trabalho de vasculhar o Novo Testamento e listar todas as parábolas existentes. Ele contou aquelas referidas por Jesus como parábolas, e outras que os homens referem como sendo parábolas, mas não são relacionadas por Jesus como parábolas (o rico e o Lazaro não deve ser considerado como parábola). A contagem dele somou trinta parábolas. Ele depois observou que dessas, vinte são relacionadas claramente com o Reino de Deus. Das dez restantes, mais da metade são relacionadas com o Reino de Deus por que o contexto maior trata do Reino de Deus. Menos que cinco das trinta parábolas podem não ser relacionadas ao Reino de Deus. Além das parábolas, Jesus usou objetos para ensinar sobre o Reino de Deus, como por exemplo, os meninos trazidos a Ele (Mt 19:14). Estas lições não são somadas ao número das parábolas. Pelo grande número de parábolas usadas para ensinar sobre o Reino de Deus, é necessário entender a razão pela qual Jesus usou parábolas com tanta freqüência.


O Porquê das Parábolas Sobre o Reino de Deus


Será que o nosso versículo para memorizar nos diz que Jesus ensinou sobre o Reino de Deus pelas parábolas para que os ignorantes fiquem menos esclarecidos ainda? Não creio que esta seja a razão. A passagem de Isaías 6:9, usada para explicar a razão que Jesus fazia uso das parábolas, é mencionada várias vezes no Novo Testamento (Mt 13:14,15; Mc 4:12; Lc 8:10; Jo 12:40; At 28:26,27; Rm 11:8). Todas às vezes essa profecia aponta aos judeus, a quem também Isaías deu a profecia (M. Poole). Esse fato é importante. Há três grupos de pessoas aos quais as parábolas estão direcionadas. Presta atenção, pois você faz parte de um desses grupos. O primeiro grupo (Mt 13:11,16) são os salvos daquela época. Os que Jesus diz que têm ouvidos e olhos espirituais são ensinados pelas parábolas para que cresçam em maior entendimento abundantemente (“porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância” Mt 13:12). Estes são bem-aventurados. Estes são os objetos da graça de Deus, “Por que a vós é dado conhecer” (Mt 13:11).


O segundo grupo são eles que não tem (“àquele que não tem”, Mt 13:12), ou para ser mais específico, os judeus não salvos que rejeitaram repetidamente o Evangelho. Portanto estes cumpriram o que foi profetizado por Isaías 6:9. Usando a parábola dos vinhateiros (Lc 20:9-19) Jesus mostra por que fala a eles por parábolas. Aos judeus os profetas foram enviados e foram apedrejados e mortos (At 7:52). Depois Deus enviou João o Batista e os judeus não aceitaram a sua mensagem. Os apóstolos também foram primeiramente aos judeus (Mt 10:5-7; At 28:2,27) e foram rejeitados. Depois enviou Seu próprio Filho e os judeus clamaram que Ele fosse crucificado (Mt 27:23-25). Portanto, Jesus ensina que estes não têm ouvidos nem olhos espirituais, e todas as oportunidades de arrepender e crer em Cristo foram rejeitadas. Portanto, “até aquilo que tem lhe será tirado” (Mt 13:12; o que “tem” os judeus: Rm 9:4-5). Estes olharam aos sinais e às obras de Cristo, mas não compreenderam a verdade de Cristo. Estes ouviram as Palavras de Deus que Cristo apresentava, mas não ouviram de coração a Verdade. As parábolas foram dadas a estes para que entendessem a Quem estavam realmente rejeitando, e qual é o sério resultado dessa rejeição. Especificamente, essa parábola aplica-se aos judeus. Numa maneira geral aplica-se a todos que rejeitam a mensagem do Reino, ou seja, Jesus Cristo.


Observe: Deus pode fazer que a mente de alguém não entenda a verdade de Cristo se assim Ele quiser. Ele é soberano, os Seus caminhos e os Seus pensamentos são mais altos do que nossos caminhos e pensamentos (Is 55:8-11). Deus pode restringir o entendimento dos que insistem em O rejeitar (Pv 1:24-33; Os 4:6). Tenha cuidado de como se trata o Senhor e a Sua palavra. Humilhai-vos diante dEle e sirva a Ele com temor (Sl 2.11; Ml 1.6)!


O terceiro grupo é composto pelos que viverão depois daquela época. Esse grupo nos inclui. Essas coisas foram escritas para nosso ensino (Rm 15:4; II Tm 3:16,17). As parábolas e as suas interpretações na Palavra de Deus são para que possamos entender melhor as verdades sobre o Reino de Deus (Mc 13:28-37, “e as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai”; Lc 12:41-48). Note a compaixão de Cristo. Pela dificuldade que tinham em entender facilmente as verdades que Jesus ensinava diretamente, Ele lhes ensinava por parábolas. Parábolas são fáceis de lembrar se estiverem bem explicadas. Um ensino que de outra maneira seria difícil entender, pelas parábolas tornar-se-á fácil de entender. Quando a verdade é explicada através de uma parábola, não é necessário que haja uma explicação da parábola em si, pois a parábola é fácil de entender, mas é necessário explicar a sua aplicação. Se eu quis lhe ensinar uma lição qualquer e usei uma bananeira para ajudar a sua compreensão, não seria necessária uma explicação do que é uma bananeira. Precisaria explicar como a bananeira é igual à verdade que ensino. Assim as parábolas necessitam aplicações para que a verdade seja entendida.



Fonte: http://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/escatologia/cap15.html , estudo escrito por Calvin Gardner, edição gramatical Edson Basílio 1/2009 e 05/2009.